O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), desembarca nesta quarta-feira (15) em Dallas, nos Estados Unidos. Ele irá receber, no dia seguinte, o prêmio “Pessoa do Ano”, pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, mas o ponto alto de sua visita, prevê a agenda, será o encontro com o ex-presidente George W. Bush, a ser realizado ainda na tarde desta quarta-feira (15).
Bolsonaro embarcou na Base Aérea de Brasília nesta terça-feira (14), por volta de 23h. A agenda do presidente diz que ele irá, às 15h, se encontrar com Bush, que governou os Estados Unidos entre 2001 e 2009 e adversário do atual Donald Trump, de quem Bolsonaro tem se aproximado.
“Esse encontro demonstra como o nosso presidente identifica o relacionamento político em amplo espectro. O fato de o ex-presidente Bush eventualmente fazer considerações contrárias ao atual presidente não inviabiliza que Bolsonaro vá ao encontro”, disse o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros.
O presidente brasileiro irá encontrar, além de Bush, o governador do Texas, Greg Abbot, o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, e o senador Ted Cruz. No dia seguinte, quinta-feira (16), Bolsonaro será homenageado como a “Pessoa do Ano” pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
Blasio x Bolsonaro
Bolsonaro seria homenageado em Nova York, nesta terça-feira (14), com o prêmio “Pessoa do Ano”, dado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em um jantar de gala. O presidente, no entanto, cancelou a viagem depois de sofrer pressão por parte de empresas, que desistiram de patrocinar o evento, e de políticos.
O prefeito de Nova York, democrata Bill de Blasio, fez duras críticas ao presidente brasileiro. “Se você quer invadir nossa cidade e se gabar de destruir o meio ambiente, ou sobre como você é um homofóbico orgulhoso, então os nova-iorquinos te criticarão por sua porcaria”, disse.
Por sua vez, Bolsonaro disse que Blasio “se queimou” na corrida presidencial norte-americana e que “fez sabotagens” à homenagem que lhe seria feita.
Assim que soube da desistência da viagem, Blasio comemorou. “Jair Bolsonaro acabou de aprender, da maneira mais difícil, que os nova-iorquinos não fecham os olhos para opressão. Nós denunciamos sua intolerância. Ele fugiu. Não é uma surpresa – os valentões não aguentam um soco. Bolsonaro, seu ódio não é bem-vindo aqui”, comentou.
O cancelamento oficial da viagem ocorreu na sexta-feira (3). Segundo o porta-voz da Presidência, o motivo do cancelamento seria a “ideologização da atividade”. Cinco dias depois, na quarta-feira (8), Bolsonaro bateu o martelo e disse que receberia a homenagem, mas desta vez realizada em Dallas, município de 1,3 milhão de habitantes localizado no Texas, Estado composto pela maioria de republicanos. O prêmio, por sua vez, será entregue na quinta-feira (16), durante um almoço oferecido pelo World Affairs Council.
Bolsonaro, que deve voltar ao Brasil sexta-feira (17), não irá sozinho. Ele irá levar uma comitiva com dez pessoas. São eles: ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ministro da Economia, Paulo Guedes, ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ministro chefe da Secretária de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, os governadores João Doria (PSDB), de São Paulo, e Gladson Cameli (PP), do Acre, presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, secretário executivo da Casa Civil, José Vicente Santini, e os deputados Hélio Lopes (PSL-RJ) e o Marco Feliciano (PODE-SP) — Doria, não irá no mesmo voo, uma vez que já se encontra nos Estados Unidos.
R7