Um dia após o Brasil ter batido novo recorde no número de mortes (1.910) registradas em 24 horas por covid-19, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, lamentou a piora no quadro pandêmico nacional, mas afirmou que o ritimo de vacinação do país está dentro da média mundial.
“Nós estamos avançando na vacina. Vamos lembrar o seguinte: dado de ontem: 3,5% da população mundial tinha sido vacinada até o momento. Nós estamos com 3,7%, então, estamos dentro da média do mundo. É óbvio que um país do tamanho, das dimensões entre população e território é pouco, mas a perspectiva para frente é que nós vamos ter uma continuidade na chegada de insumos e a fabricação. E, posteriormente, com a tecnologia aqui, que é o acordo aí da AztraZeneca, a Fiocruz fabricando, nós vamos entrar num modo continuo de vacinação”, afirmou.
Dados mais atualizados desta quinta-feira de manhã demonstram que, até o momento, a primeira dose foi aplicada em 3,49% dos brasileiros, enquanto que apenas 0,96% dos cidadãos daqui receberam a segunda. A média mundial indica 3,5% de vacinas aplicadas em geral.
Mourão culpou as festas de fim de ano e as aglomerações clandestinas pelo quadro atual da pandemia e acredita que os próximos dez dias serão ainda mais duros.
“Lamentável isso aí, né (número de mortes)? Nós estamos aí com uma situação complicada, fruto de uma sequência de eventos. Entrou o verão, férias de verão, apesar da turma não ter tido praticamente atividades extras ano passado. Período de festas de Natal, de Ano-Novo, pessoal se reúne aí… Carnaval, apesar de não ter tido muita coisa acontecendo, muita festa ocorrendo nas cidades… Lamentavelmente a gente tem essa notícia. Eu acredito que pelos próximos dez dias nós vamos ver um pico aí e depois vai arrefecer a situação”, opinou.
Os números do Ministério da Saúde, reportados pelos Estados, indicam que o total de mortos nesta pandemia, até esta quarta-feira (3), havia chegado a 259.271. A quantidade de casos acumulados era de 10,7 milhões. Deste total, cerca de 9,5 milhões já se recuperaram da doença segundo a pasta do governo federal.
A situação tem levado Estados, como São Paulo, a adotar medidas mais rígidas de distanciamento e restrição na circulação de pessoas, além de proibição de funcionamento de estabelecimentos comerciais e de serviços considerados não essenciais. A partir deste sábado, São Paulo entrará na fase vermelha, a mais rígida do plano de contingência do governo estadual.
Sobre a aprovação, em primeiro turno pelo Senado, da PEC Emergencial, que permite a volta do auxílio emergencial no Brasil, o general da reserva afirmou que não ficou surpreso com a expressiva diferença nos votos da Casa: 62 a 16.
“Isso aí já estava precificado. Já tinha sido acertado junto com a economia. Não tinha dúvida nenhuma que era necessário esse auxílio. A economia ainda busca que haja algum tipo de compensação face a crise fiscal que estamos vivendo”, disse.