Mesmo sem ter chegado ao fim, 2017 já é o ano com maior número de queimadas durante toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que registra os dados desde 1999. De acordo com um levantamento feito pelo G1, o órgão verificou a existência de 270.479 focos de incêndio este ano. Em comparação com 2016, já existe um aumento de 44%. Um dos meses que mais contribuiu para o recorde foi setembro, quando 110.988 pontos de calor registrados, o equivalente a cerca de 40% do total para 2017. O ano com maior número de queimadas até então era 2004, com 270.295 focos registrados. Na avaliação de Alberto Setzer, responsável no Inpe por coordenar o monitoramento de queimadas no país, a falta de fiscalização e a estiagem em diversos pontos do país foram os principais fatores que contribuíram para o recorde. Por outro lado, ele entende que em 2018 o número deve apresentar uma queda. “Em geral, do ponto de vista do clima, é difícil ter anos consecutivos com o mesmo padrão. Então é esperado que 2018 seja mais úmido, mesmo sendo complicado prever. Mas mais que isso, quando há muitas queimadas, a vegetação seca é consumida. Então a matéria orgânica disponível para a queima diminui muito”, afirmou Setzer em entrevista ao G1.