A delegação brasileira que participou da Universíade de Nápoles, de 3 a 14 de julho, conquistou a marca de cinco medalhas de ouro, superando o recorde de quatro, estabelecido em 2013. O país também levou três pratas e nove bronzes e somou 17 pódios ao todo.
O presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral, comemorou o resultado, chamando atenção para o fato de que a delegação brasileira deste ano foi a menor das últimas cinco universíades.
“A participação foi extraordinária. Fomos em sete modalidades esportivas e conquistamos medalhas em seis. Quebramos o recorde de medalhas e ficamos em 13º. Isso aponta para um êxito total da participação”, disse, acrescentando que ainda está concluindo o relatório técnico sobre a competição. Ele adiantou, no entanto, que, além das medalhas, o país cresceu em número de finais e disputas por medalhas de bronze. “O atletismo foi grande destaque dessa edição. Nos deu quatro das cinco medalhas de ouro, com uma equipe muito forte e atletas que já são uma realidade no esporte brasileiro”.
Atletismo
O atletismo brasileiro chegou ao topo do pódio com Gabriel Constantino (110 metros com barreiras), Alison Santos (400 metros com barreiras) e Paulo André Camilo, que foi ouro nos 100 e nos 200 metros rasos.
Paulo André Camilo ainda participou da final do revezamento 4×100 metros no último dia do atletismo, prova em que foi campeão mundial meses antes, mas sentiu a panturrilha e não conseguiu terminar a prova.
O atletismo teve ainda a prata de Mateus Sá, no salto triplo, e os bronzes de Alexsandro Melo, também no salto triplo, e Rodrigo do Nascimento, nos 100 metros rasos.
Com a exceção de Mateus, os demais medalhistas foram convocados pela Confederação Brasileira de Atletismo para os Jogos Pan-Americanos de Lima, que começa em 26 de julho.
Além disso, a delegação volta para o Brasil com um ouro na natação, de Jhennifer Alves, que venceu a prova de 50 metros peito e também estará em Lima no Pan-Americano. Na modalidade, também subiram ao pódio Luiz Gustavo Borges, Gabriel Ogawa, Felipe Ribeiro e Marco Antônio Junior, com a prata no revezamento 4×100 livre. No 4×100 medley, Gabriel Fantoni, Marco Antônio Junior, Pedro Cardona e Iago Moussalem ficaram com o bronze, medalha que Marco Antônio Junior também conquistou nos 100 metros livre.
Também estão na lista brasileira uma prata no futebol masculino, que perdeu na final para o Japão por 4 a 1; três bronzes no judô, com Gustavo Assis, Sibilla Faccholi e João Marcos da Silva; um na ginástica artística, com Luis Guilherme Porto; e um no taekwondo, com Bárbara Novaes.
Objetivo
O resultado aproximou o Brasil do objetivo de ficar entre as 10 delegações mais bem colocadas. “Batemos na trave”, disse Cabral, já que a décima colocada, a África do Sul, teve um ouro a mais. Japão, Rússia, China, Estados Unidos e Coreia do Sul lideraram o quadro geral de medalhas, que teve ainda Itália, Taipei Chinesa, México e Irã no top 10.
“Na nossa frente estão os países que têm tradição no esporte universitário e que têm a tradição de usar o esporte universitário como a base de seu esporte”, disse, comemorando a maior visibilidade que a categoria vem ganhando nos últimos anos.
Entre os fatos pelo qual esta Universíade será lembrada pelos atletas está a hospedagem em dois cruzeiros parados no Porto de Napóles, onde quase 3 mil atletas e técnicos ficaram acomodados. Os demais ficaram em hotéis nas cidades de Caserta e Salerno, onde também houve competições.
Os jogos universitários de 2019 chegaram a ser programados para Brasília, mas, após a desistência do governo do Distrito Federal, em 2014, a Itália assumiu o calendário, levando a competição para Nápoles. Com menos tempo para construir uma vila para a competição, que costumava reunir mais de 10 mil participantes em edições anteriores, os organizadores reduziram o número de categorias e apostaram na acomodação flutuante.
“Quem ficou nos navios teve uma experiência de competir em um dos maiores jogos do mundo, hospedado em um cruzeiro que tinha todos os serviços. Só não tinha bebida alcoólica e cassino”, disse Luciano Cabral. “Eles jamais vão esquecer. A felicidade era visível no rosto de todos eles”.
Agência Brasil