O Brasil é líder mundial em cirurgia íntima feminina. Segundo um levantamento da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética) realizado em 2017, o país está em primeiro lugar no ranking de ninfoplastias, como é chamada a cirurgia da região genital feminina, com o registro de 21 mil cirurgias por ano. Em segundo lugar está os Estados Unidos, com 10 mil a menos que o Brasil – 11 mil.
Segundo o cirurgião plástico Wendell Uguetto, membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), houve um aumento de 30% na procura de cirurgias genitais entre as mulheres nos últimos três anos.
Ele explica que esse crescimento está relacionado à quebra do tabu sobre assuntos relacionados às atividades sexuais, à internet, que possibilita que a mulher busque informações sobre o assunto sem ser exposta e por essa ser considerada hoje a “cirurgia da moda”.
“O maior público está entre jovens, de 18 a 35 anos, sexualmente ativas e a maioria solteira. Essa procura se dá por conta de dor durante as relações sexuais, pois às vezes pode estar relacionada com a anatomia, e por questões estéticas, que é a grande parte dos casos”, afirma.
A cirurgia genital feminina pode ser feita em quatro partes da região íntima, sendo nos pequenos lábios, pele próxima à entrada do canal vaginal, nos grandes lábios, parte exterior da vulva, na púbis, parte mais gordinha na região frontal da genitália, e no clitóris.
Uguetto afirma que as cirurgias são utilizadas para fazer correções estéticas como diminuir os pequenos lábios, fazer lipoaspiração na região pubiana, diminuindo seu tamanho, e diminuir o tamanho do clitóris e injetar um pouco de gordura nos lábios maiores, caso eles murchem.
“Diferentemente do que pensam, a ninfoplastia não é realizada para bexiga caída após a gravidez. O problema, que basicamente consiste em incontinência urinária, ocorre porque, após a gravidez, os ligamentos pélvicos ficam mais frouxos. A bexiga caída é resolvida com uma cirurgia no períneo (períneoplastia), que provome o estreitamento da parede vaginal”, explica o médico.
Uguetto afirma que a cirurgia íntima é indicada quando o problema incomoda a mulher. “Há casos até em que a mulher sente vergonha do marido”. A cirurgia é feita com anestesia local e sedação, com duração de 45 minutos a duas horas. O preço varia de R$ 7 mil a R$ 15 mil.
R7