A participação do Brasil no Covax (Fundo de Acesso Global à Vacina para covid-19) pode garantir que o país tenha acesso a um dos imunizantes mais avançados nos testes: o da norte-americana Moderna.
Na segunda-feira (16), a empresa anunciou que a vacina tem 94,5% de eficácia contra o coronavírus, após análise preliminar da fase 3 dos testes clínicos, que incluem mais de 30 mil voluntários.
A cota do Covax adquirida pelo governo brasileiro, no valor de R$ 2,5 bilhões, garante ao país uma reserva de mercado de 42 milhões de doses de uma ou mais das nove vacinas em estudo que fazem parte do programa.
O R7 questionou o Ministério da Saúde se há intenção de escolher a vacina da Moderna, caso seja aprovada em breve pela agência reguladora dos Estados Unidos, a FDA.
A pasta não tratou especificamente deste imunizante, apenas disse que “todas as vacinas do mundo em fase avançada de estudos clínicos estão sendo analisadas”.
“Atualmente, o ministério acompanha cerca de 270 pesquisas, muitas já em estágio avançado e com resultados promissores. Todas as apostas necessárias serão feitas para achar uma solução definitiva para imunizar a população brasileira”, acrescenta.
Ao mesmo tempo, o governo brasileiro também analisa uma proposta da também norte-americana Pfizer, cuja vacina deve ser submetida a um pedido de aprovação emergencial ainda neste mês nos EUA. Esta, porém, não integra o Covax e teria que ser negociada por acordo bilateral.
Diferente da concorrente, a Moderna diz que a temperatura de armazenamento da vacina desenvolvida por ela traz uma vantagem, tendo em vista que a da Pfizer precisa ser mantida a -70°C, o que requer caixas especiais com gelo seco.
“Você tem a capacidade de mantê-la em -20°C, que é essencialmente uma temperatura normal do freezer em casa ou de freezer médico por até seis meses, dos quais até 30 dias podem estar em uma temperatura normal de geladeira”, disse o chefe de operações da Moderna, Ray Jordan, em uma entrevista ontem à CTV News, do Canadá.
A Moderna tem apoio do NIH (Institutos Nacionais de Saúde) dos Estados Unidos no desenvolvimento do imunizante.
Assim como a da Pfizer, a tecnologia adotada é a da RNA mensageiro, que usa uma molécula produzida em laboratório a partir da sequência genética do coronavírus causador da covid-19 (SARS-CoV-2).
Quando a pessoa recebe a vacina, o organismo interpreta as moléculas como se fossem o vírus — mas elas não causam danos — e começa a produzir anticorpos.
Posteriormente, se o indivíduo vacinado tiver contato com o SARS-CoV-2, a chance de estar protegido é de 94,5%, segundo o estudo da Moderna.
R7