Pela primeira vez, o Brasil está sediando a Conferência Internacional sobre Pesquisa de Plasmodium Vivax, parasita transmissor do tipo mais incidente de malária no mundo. A sexta edição do evento, que conta com cerca de 400 cientistas de mais de 30 países, acontece na capital amazonense até esta quarta-feira (14). A Amazônia é considerada região endêmica para a doença e registra 99% dos casos do país. Segundo a Agência Brasil, o grande destaque da conferência será a apresentação dos resultados da pesquisa com um novo medicamento contra a malária, a tafenoquina, que promete reduzir o tempo de tratamento. A ideia é substituir a primaquina, antimalárico utilizado atualmente e que o paciente costuma tomar entre sete e 14 dias. “Nós temos que buscar novas estratégias para focar no plasmodium vivax que ainda assola nossa região. Existem algumas características da malária causada por essa espécie que fazem com que ela seja mais difícil de ser combatida”, afirmou Stefany Lopes, pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). “A gente só tem uma droga no mercado que é capaz de matar essa forma que fica no fígado, que é a primaquina. Só que o tratamento é muito longo para ser eficaz. E isso faz com que as pessoas não tomem toda a medicação, tem uma rejeição”, acrescentou. Centros de estudos de cinco países participaram da pesquisa com o novo medicamento: Brasil, Indonésia, Tanzânia, Peru e Tailândia. As instituições brasileiras que colaboraram com o trabalho foram a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, de Manaus, e a Fiocruz de Porto Velho. Na capital amazonense, os testes foram realizados em 100 pacientes.