O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse hoje (6) que o Brasil vê com “muitos bons olhos” a indicação do português António Guterres para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo Serra, Guterres é um quadro “preparadíssimo”, experiente e possui uma proximidade “muito grande” com o Brasil.
“Eu escrevi a ele carta pessoal até, afora declarações públicas congratulando. Achei uma solução extraordinária. Para o mundo de hoje, é a pessoa adequada para comandar a ONU. Ele conhece questões do mundo e da organização e sabe como lidar com grandes potências. É uma pessoa que terá papel importante no mundo na próxima década.”
Serra destacou a experiência de António Guterres na ONU e no governo de Portugal, por ter sido primeiro-ministro do país. “É como se fosse um brasileiro. Ficamos muito felizes. Ele entra preparadíssimo. Que eu tenha memória, sem diminuir outros, talvez é quem mais entre preparado, como se tivesse trabalhado muito tempo para vir a ser secretário”, disse.
Processo de impeachment
Esta tarde, Serra mediou um encontro entre o presidente Michel Temer e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que nos últimos meses se declarou contrário ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo o ministro, os dois não conversaram sobre o assunto.
“Tenho impressão que a OEA agora acompanhou tudo que aconteceu. E inclusive ressaltou, na hora de se despedir do presidente Temer, sua satisfação com a solidez do processo político brasileiro. Ninguém fez referência a nenhuma questão passada. Na vida diplomática, você nunca pega um problema anterior, que já foi. Sempre está olhando para adiante”, disse o ministro.
De acordo com o chanceler, o encontro foi de “bom nível” e o Brasil e a OEA possuem visões compartilhadas sobre o quadro interamericano atual. Serra destacou como “preocupação semelhante” os problemas políticos na Venezuela, país que, segundo ele, poderá ter sua normalidade restabelecida com a participação de atores como Estados unidos, Cuba e o Vaticano.
Agência Brasil