O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, disse hoje (9), no segundo painel do Fórum Nacional, no Rio de Janeiro, que o Brasil está vivendo um momento de nova confiança no empreendedorismo e na vontade de fazer as coisas de maneira diferente. Nesse contexto, a internet das coisas (IOT) faz a ligação com os diversos centros tecnológicos existentes no país e o BNDES está ancorando uma série de iniciativas e de desenvolvedores.
Levy destacou o olhar “atencioso e atento” que o Ministério da Economia está tendo em relação ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no sentido de simplificar o sistema de patentes. “A gente sabe que ali há um gargalo que se arrasta há anos e renovar essa parte é extremamente importante”.
O presidente disse ter confiança que quando se olha o atual momento no país, “cheio de possibilidades, dúvidas etc.”, muitas companhias querem mudar seus processos nas áreas onde atuam, enquanto outras desejam conquistar novos nichos de atividade. O BNDES tem um papel importante a desempenhar para ajudar essas empresas, tanto dando crédito, como criando possibilidade de encontrar gente que vai poder ajudá-las a ter essa inovação, assim como dando até o capital de que necessitam. “Junto com a simplificação regulatória que o Ministério da Economia está fazendo, eu acho que isso dá novas perspectivas para a economia brasileira”.
Levy disse que se não há um aumento de produtividade na economia, não há aumento de renda. “A gente sabe como precisa aumentar a renda e continuar o trabalho de inclusão de milhões de brasileiros”.
Inovação
O presidente disse que há a necessidade de o Brasil estar se adiantando na área da inovação, da pesquisa e da relação entre a ciência, o conhecimento e as indústrias nacionais, com a finalidade de ter atividades de alto valor agregado no país.
Levy citou, em particular, a área aeroespacial, em que o Brasil tem destaque. O presidente do BNDES disse que o Brasil tem capacidade para crescer, mas precisa de ambição e muito planejamento e preparação. Para ele, é preciso ainda ter um ambiente competitivo que crie as condições para as empresas quererem inovar, porque monopólios não consideram interessante a inovação. Para Levy, é preciso forçar as companhias que têm potencial de mercado a se mexer e a adotação de novas tecnologias permite dar saltos de qualidade.
Política nacional
O secretário-executivo adjunto do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Carlos Alberto Flora Baptistucci, disse que inovação é uma das políticas nacionais da pasta, no conceito de inovação tecnológica, com o objetivo principal de melhorar e facilitar a vida das pessoas. “Ela tem uma função social extremamente relevante”.
Baptistucci disse que, na nova visão do ministério, para gerar conhecimento e contribuir para a melhoria de vida do brasileiro, o ministro Marcos Pontes criou três secretarias, dedicadas à ciência básica; ao empreendedorismo e inovação e às tecnologias aplicadas. Esta última visa buscar tecnologias existentes para transformá-las em algo útil para a sociedade. A ideia é levar ciência, tecnologia e inovação para o Brasil inteiro.
O secretário-executivo disse que o ministério criou o Departamento de Estruturas de Custeio e Financiamento de Projetos para buscar alternativas de outras formas de recursos, para não ter que depender só do orçamento, que sofreu corte de 42%. Ele disse que isso poderá ser feito com ajuda da Finep e do BNDES.
De acordo com Baptistucci, são também prioridades definidas pelo ministro conseguir o descontingenciamento de parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), onde mais de 42% dos recursos estão contingenciados, mostrar a importância da ciência e tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros; trabalhar com ferramentas de outros ministérios em projetos específicos; além de buscar recursos de fundos internacionais.
Amanhã (10), o painel de encerramento do Fórum Nacional, promovido pelo Instituto de Altos Estudos (Inae), terá a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Agência Brasil