Alemanha e Holanda estão lutando contra infestações de lagartas da espécie thaumetopoea processionea, cujos minúsculos pelos tóxicos podem desencadear reações alérgicas e irritação na pele.
O inverno ameno e a primavera quente deste ano na Europa levaram à multiplicação destes insetos, também conhecidos como lagartas-do-pinheiro, que habitam florestas de carvalhos. Elas se transformam em pupas antes de virar traças no final de julho, quando a ameaça diminui.
Em Louvain, na Bélgica, bombeiros tiveram que destruir ninhos da espécie antes de um show de rock.
A região a oeste do rio Ruhr, na Alemanha, é densamente povoada por essas lagartas e está entre as mais afetadas. Algumas escolas e parques foram fechados para permitir que especialistas destruíssem os ninhos construídos em carvalhos.
Um parque na cidade alemã de Dortmund foi fechado por três semanas, já que quase 500 árvores estavam infestadas. “A infestação neste ano é muito intensa, bem mais do que no ano passado”, disse o gerente do local, Frank Dartsch.
As equipes de combate às lagartas usam equipamentos de proteção e elevadores para alcançar as copas das árvores, onde atacam os ninhos com maçaricos ou grandes aspiradores de pó.
Em algumas partes da Alemanha, pesticidas que não prejudicam o meio ambiente foram pulverizados em carvalhos.
Infestação mais intensa
Na Holanda, a infestação também é maior do que em 2018. Ricas em carvalhos, as regiões de Noord-Brabant, Drenthe e Overijssel foram especialmente afetadas.
Um vídeo de uma mulher idosa atacando as lagartas com uma pistola de ar quente na cidade de Enschede viralizou, segundo o site nltimes.
A rádio RTL disse que as lagartas se espalharam por Luxemburgo, um país densamente florestado. As autoridades na capital emitiram um alerta de saúde, pois as lagartas também estão na cidade. Elas também infestaram a ilha francesa da Córsega, bastante arborizada.
Relatos da Espanha apontam que estas lagartas também se tornaram um problema neste ano na região norte das Astúrias. Enquanto isso, na cidade de Valladolid e seus arredores, entre Astúrias e Madri, as lagartas de pinheiros são um problema mais grave.
Qual é o risco?
As lagartas, de 2 a 3 cm de comprimento, marcham em longas procissões (por isso, também são conhecidas como lagartas-processionárias-do-pinheiro) para as copas das árvores durante a noite e podem causar estragos conforme elas se alimentam de folhas jovens.
Uma lagarta chega a ter 700 pelos, que podem se espalhar com o vento. Eles contêm uma toxina que pode causar erupções cutâneas, irritação nos olhos, tosse ou até mesmo uma reação alérgica. Os ninhos de lagartas são perigosos e não devem ser tocados.
A toxina é difícil de neutralizar, porque os pelos têm ganchos que os prendem à pele. O uso de cortisona anti-inflamatória pode proporcionar alívio.
Estas lagartas têm alguns predadores naturais, incluindo parasitas e besouros. Poucos pássaros ousam tocá-las. Os cães também são vulneráveis, porque gostam de farejar árvores em parques.
As autoridades aconselham que roupas e objetos pessoais contaminados com pelos sejam cuidadosamente lavados.
As pessoas devem fazer o mesmo se suspeitam que se contaminaram e procurar um médico caso haja uma irritação da pele ou problema respiratório. Os pelos visíveis podem ser removidos com tiras de fita adesiva.
R7