Trabalhadores da Ford voltaram a protestar contra o fechamento da fábrica da montadora em Camaçari, região metropolitana de Salvador, na manhã desta quinta-feira (21). Há 10 dias, a montadora anunciou que encerrará a produção de veículos em suas fábricas no Brasil.
Muitos trabalhadores estão no local e uma fila de carro está na entrada da sede da montadora, com mais funcionários chegando para a mobilização. O protesto foi convocado por entidades sindicalistas, que pedem a volta dos empregos perdidos.
Durante a manifestação, os trabalhadores tiraram as fardas e as penduraram em um alambrado que contorna a sede da fábrica. Nessas fardas, eles escreveram nomes de familiares que também serão afetados com a perda dos empregos, a frases de pedido de respeito.
A montadora alega que serão cinco mil empregos afetados. No entanto, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, Júlio Bonfim, afirma que o impacto será da perda de emprego de 12 mil trabalhadores diretos.
Com o encerramento das atividades no Brasil, a Ford também fechará as fábricas de Taubaté (SP) e Horizonte (CE), além de Camaçari.
Fechamento da Ford
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, Júlio Bonfim, o impacto será da perda de emprego de 12 mil trabalhadores diretos. No entanto, a Ford alega que serão cinco mil empregos afetados.
Júlio Bonfim falou ainda sobre os empregos dos trabalhadores indiretos, de empresas que prestam serviço à montadora. Segundo ele, esses empregos indiretos somam 60 mil trabalhadores.
O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo, contou que a cidade, que tem arrecadação anual de cerca de R$ 1,3 bilhão em impostos, perdeu R$ 30 milhões do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e mais R$ 100 milhões do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da receita líquida, com o fechamento da montadora de veículos.
“Esse ano já perdemos cerca de R$ 30 milhões e a partir do ano que vem cerca de R$ 130 milhões. O município tem uma receita anual de R$ 1,3 bilhão e vai perder R$ 130 milhões, vai perder mais de 10% da capacidade de arrecadar. Sendo que a receita era de recurso próprio e o R$ 1,3 bilhão era toda a receita. São receitas do Fundeb, do SUS, que juntas dão esse total”, disse o prefeito de Camaçari.
G1