O câmbio automático chegou para ficar. Esta é uma tendência irreversível. Se antigamente ele “roubava” muita potência do motor e aumentava o consumo de combustível em uma tocada pouco ousada, hoje ele está em um nível de excelência tão elevado que muitos motoristas nem querem mais saber dos câmbios manuais. Atento a essa crescente demanda, pensei em cinco opções que eu, como Caçador de Carros, escolheria, considerando diferentes categorias. Nesse “top 5”, estipulei um investimento mínimo de R$ 40 mil e um teto de R$ 50 mil, em modelos com até cinco anos de uso. Confira a lista:
HATCH: PEUGEOT 308 THP ATÉ 2014 (R$ 51.377)
Os carros franceses ainda sofrem certo preconceito no mercado de usados. Os de câmbio automático, mais ainda. Basta uma simples consulta na internet para ler reclamações de proprietários contra o câmbio automático de boa parte dos Citroën, Peugeot e Renault. Mas, no caso dos modelos Citroën e Peugeot equipados com o motor THP, o câmbio escolhido é um japonês da marca Aisin com seis marchas. Além de robusto, é moderno e faz um conjunto perfeito com o também avançado motor 1.6 turbo. A tocada do carro surpreende, com torque linear disponível desde as baixas rotações. A lista de equipamentos é farta, com seis airbags, controle de estabilidade e tração, teto solar panorâmico, ar-condicionado de duas zonas e muitas outras coisas. Com tabela de R$ 51.377, é fácil negociá-lo abaixo dos R$ 50 mil.
SEDÃ: RENAULT FLUENCE PRIVILÈGE ATÉ 2014 (R$ 53.174)
O Fluence nasceu certo, com ótimo conjunto mecânico, atrelado a muito conforto, num carro com linhas bem bonitas. Na versão topo de linha Privilège, as rodas de 17 polegadas destacam o visual. Mesmo com tantas qualidades, nunca vendeu bem. Vai entender… Nem todos sabem, mas, sob o capô, o motor 2.0 e o câmbio CVT são os mesmos do Nissan Sentra. Só que ele ganha de seu primo japonês por oferecer mais. Embora a transmissão CVT tenha como característica uma relação contínua e sem marchas, o Fluence oferece a opção de trocas manuais que simulam marchas, algo que o Sentra não oferece. Também tem controle de estabilidade e tração na versão escolhida, outros itens que o Sentra só passou a ter recentemente. Para fechar o comparativo, a suspensão do Renault é mais confortável. Mesmo com tabela de R$ 53.174 para um modelo 2014, é fácil conseguir negociar um abaixo dos R$ 50 mil.
PERUA: JETTA VARIANT ATÉ 2012 (R$ 51.334)
A beleza das peruas não se reflete nos números de venda. Por isso, escolher a Jetta Variant foi fácil, uma vez que não há muitas opções no mercado. Ela entrega tudo o que se espera de um carro familiar, como seis airbags, controles de estabilidade e tração, além de ótimo espaço para passageiros e bagagem. Fora isso, tem mimos como teto solar panorâmico, aquecimento dos bancos, ar-condicionado de duas zonas e faróis de xenônio. O motorzão de cinco cilindros de 2.5 litros faz bonito: entrega 170 cv de potência e tem disposição em qualquer faixa de rotação (sem contar o ronco empolgante). O câmbio automático (Tiptronic) é daqueles que nasceram certos. São seis marchas com opção de trocas manuais; conjunto irrepreensível. O preço de tabela de uma Jetta Variant 2012 é de R$ 51.334, mas não é difícil negociar uma dessas bem abaixo dos R$ 50 mil.
UTILITÁRIO ESPORTIVO: MITSUBISHI ASX 2012 (R$ 54.266, 4×2; R$ 58.882; 4×4)
O ASX parece pequeno por fora por causa da traseira curta, mas surpreende com ótimo espaço interno para passageiros e bagagem. Outro ponto alto é o motor 2.0 com 160 cv e o câmbio CVT. Assim como o Fluence, este também tem opção de trocas manuais. Mesmo na versão 4×2, o carro já vem bem completo, com ar-condicionado automático, computador de bordo e controlador de velocidade. Mas é a versão 4×4 que dá show, com seis airbags, controle de estabilidade e banco elétrico com aquecimento. Trata-se do carro mais caro desta lista, mesmo nos modelos 2012. Dentro dos R$ 50 mil, vai ser mais fácil encontrar a versão 4×2, que tem tabela de R$ 54.266. No entanto, não é impossível conseguir uma 4×4 com esse orçamento. Agora, tem que ser bom de negociação para conseguir desconto na tabela de R$ 58.882 da 4×4.
MINIVAN 7 LUGARES: CITROËN GRAND C4 PICASSO 2012 (R$ 46.896)
Eis um carro fantástico, que mais parece uma nave espacial, com tanta eletrônica embarcada, mas equipado com motor e câmbio errados. O antigo 2.0 é bom, mas fraco para os quase 1.600 kg do carro vazio. Se colocar os sete passageiros, então, nem se fala. O câmbio também não ajuda, pois é justamente aquele problemático que citei no caso do Peugeot 308. Requer cuidado na manutenção para não deixar na mão. Na minha opinião, o certo seria um bom V6 com câmbio de seis marchas para esse monovolume. Mas chega de defeitos, pois eu abriria mão desses detalhes em troca de tudo o que ele entrega. Para quem não se convenceu, basta entrar no carro. Ali não tem banco, mas sim uma confortável poltrona. Os traseiros são individuais. O painel exige alguns minutos de atenção para que tanta informação possa ser compreendida. O ar-condicionado tem quatro zonas, e, em termos de segurança, a minivan conta com airbags para todos os lados e controle de estabilidade. Para fechar, acho o visual matador, bem ao estilo inovador de ser de um bom Citroën. Uma 2012 custa bem abaixo dos R$ 50 mil. Portanto só consigo pensar nela como a melhor opção para uma van com sete lugares.
uol