“Fazer atividade física é a única forma realmente eficaz de elevar os níveis de HDL, o colesterol bom, que faz uma verdadeira faxina nos vasos sanguíneos, retirando os excessos de gordura no sangue, abaixando os níveis de LDL, o colesterol ruim”, explica o cardiologista Dante Senra, do Hospitais Sírio-Libanês. Segundo ele, o ideal é que se caminhe 150 minutos por semana, parâmetro da OMS para deixar de ser sedentário. Isso equivale a 30 minutos por dia.
Cerca de 360 mil brasileiros com colesterol alto não sabem que têm, segundo estimativa do Instituto do Coração (InCor) do HC de São Paulo. O colesterol alto pode levar ao infarto e ao AVC (acidente vascular cerebral). Quem desconhece que tem o problema apresenta 30% mais risco de ser pego de surpresa por um infarto, inclusive antes dos 40 anos, segundo o cardiologista.
O colesterol tem um papel importante no organismo. Forma a parede das células, é matéria-prima para hormônios sexuais, participa da formação da vitamina D, faz parte da capa dos neurônios e colabora na digestão, segundo o cardiologista.
Existe o colesterol “bom” e o “ruim”. O LDL, sigla de lipoproteínas de baixa densidade, é o “ruim”. Ele carrega o colesterol do fígado para o resto do corpo, mas costuma deixar parte dessa carga nos vasos sanguíneos, favorecendo a formação das placas. Já o HDL, lipoproteínas de alta densidade, o “bom”, faz o trabalho contrário, recolhendo a gordura acumulada nas artérias.
Quem tem colesterol alto deve cortar frituras, mas o queijo e o ovo não precisam sair da dieta, segundo o médico. Os alimentos que apresentam muito colesterol e devem ser evitados são o queijo amarelo, a carne vermelha, frituras, alimentos processados, alimentos de microondas, pizza, alimentos com coberturas e bolachas recheadas.
Já para abaixar o colesterol são recomendadas as carnes brancas, peixes de água fria e profunda, como arenque, sardinha, salmão e atum, aveia, pães integrais, farinha de linhaça, alguns temperos como alho, cebola e azeite, arroz e feijão em pouca quantidade, chocolate (quanto mais amargo melhor) e as oleaginosas, que ajudam a retirar as moléculas de colesterol, mas devem ser consumidas com moderação.
Fatores genéticos também podem levar a um colesterol alto, além do sobrepeso. Por essa razão, mesmo quem não está acima do peso deve fazer exames para avaliar os níveis de colesterol no sangue, ressalta o cardiologista.
Cerca de 70% do colesterol é fabricado pelo corpo e não adquirido por meio da alimentação. Como exerce papel fundamental no organismo, é gerado pelo próprio corpo para garantir seu estoque. Por essa razão, mesmo ao seguir uma dieta rigorosa, só será possível reduzir de 20 a 25% do seu nível, de acordo com Senra.
O colesterol alto pode levar ao aparecimento de bolinhas de gordura na pele. O médico explica que se trata de uma afecção que acomete a pele por uma alteração dos lipídios do sangue ou de alterações locais do metabolismo da gordura. Podem surgir na pálpebra, cotovelo, articulações, tendões, joelhos, mãos, pés e nádegas.
O cardiologista explica que o tabagismo é mais perigoso para quem tem colesterol alto. O cigarro favorece a formação de placas nos vasos sanguíneos e, se houver excesso de gordura correndo pelo sangue, o risco de um entupimento se torna ainda maior.
Crianças podem ter colesterol alto. “Muitas vezes esse quadro tem início na infância”, afirma o cardiologista. Segundo ele, é importante dosar os níveis desde cedo, especialmente se houver uma questão genética.
Para evitar os problemas causados pelo mau colesterol, o açúcar também deve ser consumido com moderação. “Indiretamente essa substância também leva o organismo a formar mais placas perigosas nos vasos sanguíneos”, afirma o cardiologista.
R7