Feridas que não cicatrizam, inchaços, nódulos ou manchas espessas em qualquer lugar em torno da boca e garganta, áreas com lesões vermelhas ou brancas na boca ou nos lábios precisam de atenção. Estas são manifestações importantes que podem indicar a presença do câncer de boca. Os tumores podem afetar lábios, estruturas como gengivas, bochechas, céu da boca e língua (principalmente bordas e a parte inferior). A sua ocorrência é mais comum em homens acima dos 40 anos, e, a maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
De acordo com a coordenadora do Curso de Odontologia da Unijorge, Dra. Nicole Ribeiro, os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são o tabagismo, o alcoolismo, hábitos alimentares, irritação crônica e agentes biológicos. Uma forma de reduzir a incidência da enfermidade é a consulta periódica com o cirurgião dentista, que pode contribuir na prevenção, com orientação sobre causas, como também, identificar lesões suspeitas e fazer o encaminhamento para o médico. Segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO), quando a doença é descoberta no estágio inicial, a chance de recuperação do paciente é de 95%. Em estágios mais avançados, a chance de recuperação cai para 45%.
“Não são todos os casos de câncer de boca que podem ser evitados. No entanto, a possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer pode ser reduzida com cuidados com fatores como: fumo, álcool, infecção pelo HPV, exposição à luz ultravioleta. “Também é importante manter uma dieta saudável, assim como tratar lesões pré-cancerizáveis e evitar próteses mal adaptadas”, diz Dra. Nicole.
Após o diagnóstico e classificação do câncer, será necessária uma discussão entre médico e paciente sobre as opções de tratamento, que dependem da saúde geral, do tipo de tumor, das chances de cura e do eventual impacto do tratamento sobre funções como a fala, deglutição, respiração, dentre outras, que estão relacionadas com essa região do organismo. As principais opções são: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e tratamento paliativo. Essas opções podem ser realizadas isoladamente ou combinadas.
Uma estratégia para prevenção do câncer de boca é o autoexame. Segundo a Dra. Nicole, essa é uma técnica simples que a própria pessoa pode fazer, basta ter um espelho e estar num ambiente bem iluminado. Para iniciar, é preciso lavar a boca e remover as próteses dentárias, se for o caso, observar a pele do rosto e pescoço e procurar por sinais que não tenha notado antes. Deve ser examinada a parte interna (mucosa), o lábio, a bochecha, a gengiva inferior e superior, o céu da boca, garganta e debaixo do queixo. Esse exame deve ser feito mensalmente e as pessoas devem ficar atentas aos sinais: mudanças na aparência dos lábios e na porção interna da boca; endurecimentos; caroços; feridas; sangramentos ; inchaços; áreas dormentes; dentes amolecidos ou quebrados.
“A finalidade deste exame é identificar lesões precursoras do câncer de boca, que é curável se tratado no seu início. É fundamental também para a prevenção, a redução do fumo e do álcool e fazer uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes. Lembrando sempre que, se a pessoa notar alguma anormalidade, é preciso procurar imediatamente um dentista ou um médico”, finaliza.