“Além de proteger contra doenças e gravidez indesejada, preservativo melhora a qualidade da relação sexual”, defende especialista
No Carnaval, a prática do sexo casual é frequente assim como o aparecimento das doenças sexualmente transmissíveis. Contudo, o uso do preservativo pode prevenir muitos problemas como a AIDS e a sífilis. Além da abstinência, a camisinha é a única forma que realmente ‘bloqueia’ essas e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), já que outros métodos como anticoncepcionais e pílula do dia seguinte só impedem a gravidez.
Segundo o urologista Augusto Modesto, não há desculpas para a não utilização da camisinha. O preservativo, distribuído gratuitamente em unidades de saúde e até nos circuitos da folia, não atrapalha em nada o sexo, pelo contrário, pode até melhorar a qualidade da relação. “Além de aumentar a sensação de segurança, o uso da camisinha, muitas vezes, retarda a ejaculação, aumentando o tempo de satisfação do casal”, destaca o especialista.
O médico alerta, ainda, que “é importante se certificar que a embalagem esteja lacrada e não haja furos, pois a má conservação pode danificar o produto e comprometer a sua eficácia. Na hora de abrir a embalagem, não se deve usar objetos cortantes ou pontiagudos”, frisa. Muitas são as infecções que podem ser prevenidas por meio do preservativo. Entre as mais frequentes, destacam-se:
HIV/AIDS – Ter o vírus HIV não é a mesma coisa que ter aids. Aids é o estágio mais avançado da doença, que ataca o sistema imunológico e é causada pelo HIV, sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, que se caracteriza pelo período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença. O HIV é o causador da AIDS e ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas, mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. O vírus não é transmitido através do beijo, suor, lágrimas, pelo ar e se a camisinha for usada corretamente durante o sexo.
Sífilis – Manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias.
Gonorreia – É a mais comum das ISTs. Nas mulheres, essa doença atinge principalmente o colo do útero. Os sintomas mais frequentes causados por essas infecções são, na mulher, corrimento vaginal com dor no baixo ventre na mulher, e nos homens, corrimento no pênis e dor ao urinar. No entanto, é muito comum que as infecções causadas por essas bactérias sejam assintomáticas na maioria dos casos.
Clamídia – Também é uma IST muito comum e apresenta sintomas parecidos com os da gonorreia, como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não apresentar nenhum sintoma da doença, mas a infecção pode atingir o útero e as trompas, provocando uma grave infecção.
Herpes genital – Manifesta-se através de pequenas bolhas localizadas principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando uma ferida. A herpes não tem cura e seu tratamento consiste em uso de antivirais para diminuição dos sintomas.
Hepatite B – Na maioria dos casos a Hepatite B não apresenta sintomas. Muitas vezes a doença é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado (cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados), que costumam manifestar-se apenas em fases mais avançadas da doença.
HPV – O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu). O tratamento das verrugas anogenitais (região genital e no ânus) consiste na destruição das lesões. Independente de realizar o tratamento, as lesões podem desaparecer, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume. A vacina contra HPV é a medida mais eficaz para prevenção contra a infeção. Ela é distribuída gratuitamente pelo SUS mas não é um tratamento, não sendo eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes.
Tricomoníase – Os sintomas são, principalmente, corrimento amarelo-esverdeado, com mau cheiro, dor durante o ato sexual, ardor, dificuldade para urinar e coceira nos órgãos sexuais. Na mulher, a doença pode também se localizar em partes internas do corpo, como o colo do útero. A maioria dos homens não apresenta sintomas. Quando isso ocorre, consiste em uma irritação na ponta do pênis.