Antes da abertura do Fórum Ruy Barbosa, no Campo da Pólvora, uma fila extensa já se formava na porta, do público autorizado com senhas a assistir o julgamento do caso Kátia Vargas, que entra em seu segundo dia nesta quarta-feira (6). A estudante de Direito Natália Moura Souza chegou antes das 7h para garantir um bom lugar na fila. “Eu espero que termine hoje. Porque é cansativo. Imagino para a família e para a própria Kátia”, afirmou ela, que chegou ao fórum às 5h30 na semana passada para conseguir uma senha. Natália avalia que a defesa da médica Kátia Vargas, acusada de matar os irmãos Emanuel e Emanuelle Dias Gomes após uma briga de trânsito no bairro de Ondina, em outubro de 2013. “Pelas testemunhas, parece que ela vai ser condenada. Mas como o professor diz, júri julga como quer e testemunha é a prostituta das provas. Porque testemunha é testemunha, fala o que quer. A defesa dela está um pouco fraca, porque eles estão tentando dizer simplesmente que ela não bateu na moto. Acho que ficaria realmente melhor se eles dissessem que ela realmente bateu, mas que não teve intenção de provocar acidente”, analisou a estudante, que está atenta às estratégias usadas pela defesa e pela acusação. “O advogado de defesa tentou mostrar que a testemunha está tendo lapso de memória, não está falando exatamente o que aconteceu. Ele até pegou uma trena para ver que os cinco metros que a testemunha está dizendo não eram cinco metros real. Achei desnecessário, porque não tem como a testemunha realmente ter certeza de que era cinco metros. E na hora tudo parece mais próximo”. Na sessão desta quarta, está programado o depoimento da ré, iniciando a retomada dos trabalhos. Também está previsto o debate entre a acusação e a defesa da médica.