Os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, réus por matar e esconder o corpo do adolescente Lucas Terra em 2001, entraram em contradição no terceiro dia do júri popular em Salvador. Ao ser ouvido pelo júri, Fernando afirmou que não manteve contato com Joel durante os anos de espera pelo julgamento, enquanto Joel disse que ambos conversaram durante este período.
Após a acusação encontrar contradição nas falas dos pastores, é possível que haja o pedido de acareação, ou seja, eles poderão ser ouvidos novamente para que as divergências sejam esclarecidas.
Ambos os réus são ouvidos neste terceiro dia do julgamento. Eles são julgados no Fórum Ruy Barbosa, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Além deles, o pastor Silvio Galiza foi acusado de envolvimento no homicídio. Ele foi preso em 2004 e está em liberdade condicional.
Essa não é a primeira contradição encontrada pela acusação: no primeiro dia do julgamento, na terça-feira (25), o pastor Beljair foi a primeira testemunha de defesa a ser ouvida pelo júri. Ele disse que morava com o réu Joel Miranda no Rio Vermelho na época do crime, mas nos autos do processo não contava essa informação. Por causa disso, a equipe de acusação pediu a primeira acareação.
A esposa de um dos pastores, que foi ouvida como testemunha de defesa na quarta-feira (26), também entrou em contradição em seu depoimento.
De acordo com a advogada Tuane Sande, da equipe de acusação, as contradições foram identificadas quando a esposa de Fernando Aparecido da Silva teria dito que havia encontrado com Lucas Terra em Copacabana, no Rio de Janeiro. Entretanto, nos autos do processo, consta que ela não se lembrava se já tinha tido contato com o adolescente.
Pedido de interrupção das buscas
Quando Lucas Terra desapareceu em março de 2001, familiares e amigos montaram uma equipe de buscas independe para encontrar o menino. Os fiéis faziam parte do grupo que se mobilizava para procurar o adolescente nos bairros da capital baiana.https://968f2faa28b451151b4f4e5b7f4055da.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
Durante a manhã festa quinta, o promotor do caso, David Gallo, também questionou se o pastor Fernando Aparecido teria pedido para que os fiéis parassem de participar das buscas.
O promotor repetiu a suposta frase que o réu teria dito na época: “o corpo de um soldado que morre em batalha não deve ser procurado, nem carregado”. O pastor negou ter usado a frase e também negou ter pedido a interrupção.
G1