Os movimentos sociais e centrais sindicais convocaram para a próxima sexta-feira (28) uma greve geral em todo o Brasil. O objetivo é protestar contra as reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo governo do presidente Michel Temer, além da terceirização irrestrita, aprovada recentemente na Câmara dos Deputados e sancionada pelo peemedebista. Na Bahia, entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, além da CTB, UGT, NCST, CSB e CSP Conlutas prometem cruzar os braços. De acordo com Cedro Silva, presidente da CUT-BA, as categorias vão paralisar os trabalhos em Salvador, em cidades da Região Metropolitana e em outros municípios baianos, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Ilhéus. Ele classifica as medidas de Temer como “retrocessos” que tiram direitos dos trabalhadores. “Resolvemos parar contra o conteúdo das reformas e como elas estão sendo feitas. O trabalhador não tem mais segurança que um dia vai se aposentar. As reformas só privilegiam patrões e deixam trabalhadores desassistidos”, criticou em entrevista ao Bahia Notícias. Ainda segundo Cedro, na capital baiana, os atos começam por volta das 6h, mas em local a ser definido durante a semana. À tarde, a partir das 16h, os trabalhadores farão uma caminhada no bairro do Campo Grande e, por volta das 18h, reúnem-se no Rio Vermelho para um balanço sobre o dia de mobilização. Ele também fez um apelo a quem não puder ir ao trabalho no dia 28 – o Sindicato dos Rodoviários deve aderir à greve geral, deixando a cidade sem ônibus. “A gente orienta que os diretores sindicais vão para suas bases para garantir que não haverá trabalho. Quanto às pessoas que não forem trabalhar, não tem necessidade delas pessoas irem para as ruas. Fiquem em casa. Não tem ônibus, é uma coisa insegura”, pediu. Já o presidente da Força Sindical na Bahia, Emerson Gomes, afirma que a entidade ainda está construindo sua agenda de mobilizações, mas esboça atos para o dia 28. “Por determinação da direção nacional da Força Sindical, estamos realizando diversas assembleias para discutir isso. A possibilidade é de várias atividades, passeatas. Vamos ter um balanço sobre isso na quarta-feira. Vai ficar a cargo de cada diretoria decidir como se mobilizar”, explicou Gomes. O presidente da entidade sindical ainda avaliou que, mesmo com recuos em relação à proposta original enviada pelo governo, o texto do deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência criada na comissão especial da Câmara dos Deputados para estudar o tema, ainda é “muito duro”, assim como os pontos previstos na reforma trabalhista. “Achamos que é um passo favorável que o governo deu [as mudanças na reforma da previdência], mas ainda não resguarda totalmente o brasileiro. A expectativa de vida do brasileiro se modifica por cada região. No norte e no sul, por exemplo, é diferente. É muito tempo de contribuição para que os trabalhadores possam obter o benefício”, afirmou. “Os empregadores vão fazer de tudo para que prevaleçam suas posições. A própria questão do imposto sindical desmonta a configuração sindical, o movimento sindical”, criticou em relação à reforma trabalhista. As duas centrais ainda prometeram atos para o 1º de maio, Dia do Trabalhador. Mas a data não será marcada apenas por protestos, mas também por diversão para os trabalhadores. “Primeiro, vamos fazer um arrastão saindo do Cristo da Barra até o Farol da Barra. De lá, vamos comemorar, vamos levar grandes atrações musicais, das 14 às 19h. Ainda não fechamos as atrações”, apontou.
Bahia Notícias