Completando três anos de funcionamento no sábado (29), o Centro Especializado em Reabilitação de Coutos (CER II) contabiliza mais de 105 mil procedimentos realizados e 45 mil pacientes atendidos. O espaço, instalado no Subúrbio 360, em Coutos, visa beneficiar a população de 22 bairros no Subúrbio Ferroviário e de outras cidades pactuadas, que enfrentam dificuldades em acessar os serviços especializados, por falta de centros de atendimento próximos de onde moram.
A unidade oferece atendimentos especializados e serviços de reabilitação para as pessoas com deficiências física e intelectual, através de equipe multiprofissional e interdisciplinar, que atua de forma integrada, por meio de Projeto Terapêutico Singular (PTS), propiciando melhor eficácia no tratamento.
Implementado pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) e fiscalizado pela Unidade de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência (UPCD, vinculada à Sempre), o CER II integra a Atenção Especializada da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O diretor da UPCD, Wagner Andrade, faz uma avaliação positiva desses três anos. Ele prevê a ampliação do atendimento no local para um novo público, de pessoas com deficiência auditiva, além da instalação de uma estrutura similar em Cajazeiras. “O CER II é um equipamento fundamental e o primeiro construído pela Prefeitura. Esse é um local que assiste deficiência física e intelectual, atendendo a uma região carente.”
Para o gestor de Reabilitação da Apae, Vinicius Aderne, a parceria com a Prefeitura é de muito sucesso. “Esta unidade no Subúrbio fez uma diferença enorme para as famílias, facilitando o acesso. Foi um equipamento que trouxe uma gama de serviços, que não existia na região, com grande receptividade da comunidade.
Segundo ele, a parceria proporcionou uma estrutura excelente, que permite fazer atividades ao ar livre, com salas para dinâmicas e oficinas. “Sem contar com a estrutura do Subúrbio 360, que tem as quadras e o teatro, onde podemos promover uma integração com as famílias”, destacou.
Impacto – O porteiro Allan Apolinário, de 38 anos, estava acompanhado do filho Guilherme, de 8 anos, que há dois é atendido no CER II. Ele conta que vem de Narandiba com o filho, sempre quando tem atividade. “Podia ser onde fosse, para mim o que importa é o bem-estar do meu filho e ele se desenvolve muito bem aqui”. O jovem possui Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o pai conta que o estímulo foi essencial para ele. “Se não fossem as terapias, ele estaria agoniado até hoje”.
Amanda Freitas tem 11 anos e desde a inauguração frequenta o serviço. Moradora de Fazenda Coutos, a jovem participa de oficinas e de sessões, para estímulo das funções motoras. A mãe Dilma Silva, que é a responsável por levá-la ao centro, só tem elogios. “Ela recebe todo tipo de estímulo, gosto muito do espaço, que tem ajudado no desenvolvimento da voz da minha neta. E aqui é perto de casa, melhor ainda”, festejou.
O CER é especializado no atendimento de jovens com sequelas de traumas. Elas podem ser decorrentes de problemas como acidente vascular encefálico; lesão medular; amputação; traumatismo cranioencefálico; doenças neuromusculares; paralisia cerebral; síndromes genéticas, que comprometam o aparelho locomotor; mielomeningocele; malformações congênitas; paralisia infantil; e neuropatias.
Funcionamento – O CER II funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, proporcionando atendimento especializado em reabilitação intelectual e física, incluindo pessoas ostomizadas, com capacidade para atender até 400 pacientes por mês. Eles são atendidos por profissionais de fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, serviço social, enfermagem, neurologia, ortopedia, psiquiatria e gastroenterologia.
Às sextas-feiras, são entregues materiais ortopédicos, fundamentais para o dia a dia dos pacientes assistidos pelo serviço. São andadores, muletas, sapatos neuropáticos para pés de diabéticos, almofadas para evitar úlceras na pele, cadeiras de rodas, cadeiras tetraplégicas com apoio e outros modelos, que variam de acordo com a necessidade de cada paciente.
O acesso ao serviço acontece através do encaminhamento, realizado pelas unidades de saúde de Salvador e regiões pactuadas, rede hospitalar, Apae, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e demais serviços da rede socioassistencial. Nessas unidades é necessário apresentar carteira de identidade, Cartão SUS, comprovante de residência e solicitar uma triagem. Caso os profissionais de saúde atestem a necessidade de acompanhamento, o paciente será encaminhado ao CER.
Fotos: Jefferson Peixoto/Secom