Física, sexual, moral, patrimonial, psicológica. A violência contra a mulher pode surgir de várias maneiras e o processo pode deixar marcas permanentes ou mesmo interromper uma vida. Romper o ciclo é difícil e, muitas vezes, a vítima nem percebe que está sofrendo uma agressão.
Cerca de 70% das mulheres vítimas de violência nunca denunciaram as agressões, não ligaram para a central de denúncias ou procuraram uma delegacia. É o que apontam os dados levantados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em Salvador, as vítimas podem buscar apoio psicossocial e jurídico em dois centros de referência à mulher e uma casa de acolhimento, no Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (Camsid), que acolhe aquelas que não têm para onde ir após a denúncia.
A secretária da SPMJ, Fernanda Lordêlo, pontua a necessidade de superar o alto índice de subnotificação. “Não existe empoderamento feminino se a mulher não conhece os seus direitos, a sua rede de apoio, onde deve buscar ajuda. Por isso, a denúncia é tão importante”, explicou.
Equipe de atendimento – Dar um basta às agressões pode não ser fácil, mas é necessário para encontrar apoio. “É possível romper esse ciclo de violência. No entanto, fica mais difícil quando estamos, ou nos sentimos sozinhas. Nos procure, podemos disponibilizar uma equipe multiprofissional qualificada, com psicólogas, assistente sociais e advogadas para lhes acolher”, destacou a psicóloga e coordenadora dos centros de referência e casa de acolhimento, Maria Auxiliadora Alves.
Para ter acesso ao acolhimento provisório no Camsid, a vítima pode se direcionar à rua Lélis Piedade, 63, no bairro da Ribeira, ou ligar para o (71) 3611-6581. No Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (Cream), o agendamento presencial deve ser feito no contato (71) 3611-5305, e o teleatendimento disponível no número (71) 98791-7817.
Para agendar um atendimento presencial no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRAMLV), é necessário ligar para o número (71) 3235-4268. Já o teleatendimento fica disponível por meio do celular (71) 99701-4675.
Cartilha – Uma importante ferramenta que ajuda a mulher a identificar uma possível situação de violência sofrida é a cartilha Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, disponível no site www. spm. salvador. ba. gov. br . Na publicação, além das agressões tipificadas na Lei Maria da Penha, também há orientações sobre relacionamento abusivo, feminicídio, medida protetiva, legislação e telefones úteis da rede de assistência, dentre outros assuntos.
Foto: Bruno Concha/Secom