Já era a terceira vez em uma semana que Kaká tentava beber um cafezinho sem ter tirado a máscara. Resultado: manchou mais uma! Nas duas vezes anteriores, chegou a molhar também a camisa. Em casa, a patroa não perdoou:
– Com certeza você estava olhando para uma sirigaita. Você que compre outra máscara, não vou lavar mais, não!
Kaká comprou uma nova máscara e novamente, na hora do cafezinho, esqueceu de tirá-la. Mas, dessa vez, não tinha tirado os olhos de Carminha, que se ofereceu gentilmente para lavar, cuidar, passar, perfumar a máscara (e deixar sorrateiras e discretas marcas de batom, daquelas que somente as mulheres têm a sutileza de enxergar). Trouxe-a no dia seguinte.Ele usou.
– Você está me traindo! – disse Quelma, a esposa, à noite, com lágrimas descendo vertiginosamente pelos dois olhos esverdeados.
– Não, você está enganada. Posso até ter olhado para alguém, sem querer, mas te trair, nunca!
– E essa marca de batom na sua máscara?
Quelma acabou acreditando nos argumentos de Kaká. Passaram a noite juntinhos, em conchinha.
Kaká não tomou mais cafezinho no trabalho!
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