Sobre Belchior… O El Bigodon com certeza foi um dos últimos poetas originais, tipo raiz, mesmo, no País. Lembro do primeiro show dele que assisti, acho que ainda na década de 1980.
O cara entrou no palco do TCA na maior atitude rock’n roll. Roupa toda de couro… e me ganhou pela sensibilidade, a poesia marcante.
Vi outros shows, mantinha seus CDs dentro do carro para cantar alto em momentos de concentração. “Estava mais angustiado que o goleiro na hora do gol…” Tive oportunidade de conversar rapidamente com esse cara sem substituto. A voz nasal marcante. Os bons morrem jovens, já cantou um outro grande poeta. R. Russo.
Jovem, sim, aos 70… “Como nossos pais”. Há tempos esse rapaz latino americano sem dinheiro no banco e vindo do interior (lá do Ceará) andava sumido e o Fantástico chegou a propor um “Por onde anda?”.
Mas, ser poeta é absorver todo o sentimento humano, sentir as dores de amores… Pagou o preço por ter sido único. Vai, cara, vai conquistar finalmente sua paz.
“Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completará o meu destino…”
Um brinde!