Fim do Carnaval. Ficou a resenha do inesquecível encontro entre Baby do Brasil, primeira cantora de trio, e a madre superiora Ivete Sangalo, talvez a maior de todas as estrelas do axé baiano.
Papo bacana, uma diz que o apocalipse tá acontecendo e que temos mais cinco a dez anos até o arrebatamento. A outra prefere ir “macetando”, enquanto o fim dos tempos não chega. Quem estará certa? Bem, sei apenas, segundo fontes que preferiram não se identificar, que o inferno, para aqueles que não serão bem vindos ao céu, é um lugar tão quente quanto o calor maçarico de Salvador nas últimas semanas. Pior, lá a trilha sonora toca ininterruptamente Igor Kanário, O Poeta, O Canalha, La Furya, A Dama e outras coisas do pagofunk no último volume. Então, prefiro ser bonzinho.
Mas, convenhamos, o fim do mundo é prometido há milênios. Seria muita pretensão nossa que acontecesse agora e ainda com aviso prévio.
Mas, vamos falar de Carnaval. Sou saudosista, sim. Já foi bem melhor. Da época do frevo eletrizado, passando pelo movimento Axé Music dos anos 80/90, até chegar à condição atual onde as músicas parecem tocar uma nota só e repetir uma única palavra, o verbo “sentar”, em suas várias flexões, o Carnaval de Salvador realmente mudou e é cada vez mais um fenômeno mundial.
Alguns vão falar da violência gritante. Verdade. Um bando de idiotas covardes vai às ruas buscar briga… na verdade, querem agredir, roubar… Mas, incrivelmente, e vou ser criticado por dizer isso, os números mostram uma redução nos casos de mortes violentas nos seis dias de folia momesca. Talvez concentração de pessoas sob vigilância, talvez sorte…
Bem, as cordas estão caindo. Os blocos fechados são mais concentração de turistas e grupos culturais.
Os espaços de festa também se multiplicaram e os números que indicam quantos foliões frequentam as ruas continuam baseados em chutes. Um milhão, dois milhões? Bem, a população da soterópolis é de 3 milhões de habitantes e nem a metade vai ao circuito da folia.
De volta ao ritmo normal e a prefeitura já promete Carnaval no aniversário da cidade. É isso!
Chico Araújo
(foto: reprodução)