(Uma história de terror contemporâneo dentro do Atakarejo )
Fazer mercado no Atakarejo é para os fortes.Um mercado que não oferece embalador, onde os “fiscais” se limitam a “bater os olhos” nas notas fiscais, onde se enfrenta sujeira, o movimento dos repositores, que intimidam os clientes… bem a região da Cidade Baixa que envolve do Bonfim ao Caminho de Areia está hoje carente de opções.Mas, ontem foi o dia do mercado de minha mãe. E, como bom filho, apesar das hérnias de disco que resolveram entrar em crise essa semana, fui atender ao pedido da Minha Velha.A lista de compras de D. T
Fazer mercado no @atakarejo é para os fortes.
Um mercado que não oferece embalador, onde os “fiscais” se limitam a “bater os olhos” nas notas fiscais, onde se enfrenta sujeira, o movimento dos repositores, que intimidam os clientes… bem a região da Cidade Baixa que envolve do Bonfim ao Caminho de Areia está hoje carente de opções.
Mas, ontem foi o dia do mercado de minha mãe. E, como bom filho, apesar das hérnias de disco que resolveram entrar em crise essa semana, fui atender ao pedido da Minha Velha.
A lista de compras de D. Terezinha é escrita a mão em papel pautado (aquele mesmo dos tempos de trabalho nos colégios públicos que frequentei na Península Itapagipana).
Melhor ainda é a organização dos itens. Começa por cereais, mistura com material de limpeza, vai para carnes, volta para massas, cita frios, retorna para verduras e fecha novamente com carnes secas. Bem, aprendi a ir riscando com a caneta para não me perder.
E vamos procurar caixas de papelão, já que o mercado “acha” que vende barato o suficiente para não fornecer sacos plásticos (vendidos nos caixas e que me recuso a pagar, apesar do dos centavos de preço… é o meu protesto). E rola um som, enquanto um cliente se entusiasma e grita “aumenta aí” na hora que começa a tocar Jau!
No meio disso tudo, perco o carrinho pelo menos três vezes, e ainda achei que o tinham surrupiado outras duas… na minha mente, alguém viu as compras arrumadas e decidiu economizar tempo, se apoderando do meu trabalho.
E tome repositor ultrapassando sua frente, fechando corredor, como se fossem os senhores da gôndolas… isso sem falar de alguns clientes que adoram deixar o carrinho atravessado e senhorinhas que passam horas conversando com o açougueiro tentando decifrar cada carne exposta no balcão refrigerado.
Bem, chego ainda com vida aos caixas, que foram remodelados de forma a dar mais trabalho aos clientes, com menos espaço nos balcões, exigindo que as compras sejam colocadas no chão. As filas são o cartão de visitas do Atakarejo. Fazem parte do menu.
Fico com pena das caixas. Educadas, ainda esboçam preocupação com os clientes, apesar de nada poderem fazer.
Como disse antes, os fiscais fazem cara de paisagem e cada um que sue, faça das tripas coração e sobreviva naquele calor horroroso.
Fazer compras para minha mãe é certeza de carrinho cheio, entupido e tome colocar as compras nas caixas, para enfim conseguir um carrinho e conseguir enxergar a luz no fim do túnel, digo, a porta de saída do purgatório…
Daí, é encontrar espaço dentro do porta-malas do carro que nunca consigo manter vazio.
Pensou que terminou, ainda vou arrumar tudo em seu devido lugar… Mas, vale à pena o sorriso de satisfação dela ao ver a geladeira e despesa cheias.
Um beijo D. Terezinha.
(Chicossauro_rex)