A data de 17 de agosto marca, desde 1998, as comemorações do Dia Nacional do Patrimônio Histórico no Brasil. A riqueza do País nesse quesito é indiscutível. Atualmente, há 83 sítios e conjuntos urbanos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão responsável pela proteção e promoção dos bens culturais brasileiros, assegurando sua permanência e o uso para as gerações presentes e futuras.
Ainda estão sob tutela da entidade cerca de 20 mil edifícios, 25 mil sítios arqueológicos, 42 bens imateriais, cerca de 250 mil volumes bibliográficos, além de diversos conjuntos arquitetônicos e rurais, edifícios, jardins e parques históricos. Essa proteção agrega valor aos destinos turísticos históricos espalhados pelo País. Confira abaixo os principais deles.
É nessa região que fica a maior parte das 67 cidades tombadas no Brasil. São 31 municípios com áreas sob proteção do instituto. Entre eles, destacam-se o conjunto arquitetônico e paisagístico da Cidade Alta de Porto Seguro (BA), considerado o local de origem da nação brasileira e tombado em 1968; a arquitetura religiosa de Olinda (PE), segunda cidade do País a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1982; o centro histórico de São Luís (MA), tombado pelo Iphan em 1974; os exemplares do urbanismo ultramarino português de Salvador (BA); e as cidades baianas de Lençóis, Mucugê e Rio de Contas, além de Igatu, uma vila do município de Andaraí, que fazem parte da Chapada Diamantina.
A riqueza cultural e histórica da região mais populosa do Brasil também chama a atenção. Dentre as cidades com esse perfil, o Sudeste abriga, por exemplo, algumas muito visitadas em Minas Gerais, como Diamantina e Ouro Preto, a primeira cidade do Brasil a receber o título da Unesco; municípios históricos do litoral do Rio de Janeiro, como Arraial do Cabo e Cabo Frio; a Vila Ferroviária de Paranapiacaba, localizada no município de Santo André (SP), que guarda influências da cultura inglesa na região; e o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça Getúlio Vargas, em Nova Friburgo (RJ), cujo projeto foi encomendado ao botânico e paisagista francês Auguste François Marie Glaziou.
A parte setentrional do País também apresenta uma grande variedade de destinos históricos. Fazem parte dessa lista as belezas paisagísticas do centro histórico de Antonina (PR), município litorâneo localizado entre a Serra do Mar e a Baía de Paranaguá; os bens culturais que remontam à época da Revolução Farroupilha e das batalhas entre os reinos de Portugal e Espanha em cidades gaúchas como Porto Alegre, General Câmara, Jaguarão e Santa Tereza; e os 43 sítios arqueológicos de Laguna (SC), terra natal da revolucionária Anita Garibaldi.
A região é responsável por abrigar dois extremos do patrimônio cultural brasileiro. De um lado, estão cidades que trazem consigo o legado dos bandeirantes e da busca por ouro no século XVIII, como a Cidade de Goiás e Pirenópolis (GO), e municípios com forte herança indígena como Cáceres (MT). Do outro, há o modernismo urbanístico das obras de Oscar Niemeyer e do projeto de Lucio Costa para Brasília, primeiro conjunto urbano do século XX a ser reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial, em 1987.
Entre as cinco cidades tombadas da região, estão duas capitais que se desenvolveram com o ciclo de exploração da borracha a partir da segunda metade do século XIX: Belém e seu conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico, e Manaus, cujo centro histórico foi tombado pelo Iphan em 2012. Além delas, estão sob proteção do órgão os municípios de Porto Nacional (TO) e suas edificações construídas pelos freis dominicanos, de Vila Serra do Navio (AP), que vivenciou os tempos de ouro da exploração do manganês, e de Natividade (TO), com sua estrutura urbana colonial.