Cerca de 10% dos brasileiros fumam, segundo o Ministério da Saúde. Isso significa que há em torno de 20 milhões de fumantes no país. Esse número vem diminuindo, tendo caído 36% nos últimos 11 anos. O governo atribui essa queda à restrição de áreas para fumantes e o aumento do preço do produto.
É possível parar de fumar por contra própria, mas profissionais como pneumologistas e psicólogos podem ajudar nesse processo. É importante lembrar que a automedicação é contraindicada. O tratamento é individualizado e será elaborado com base no histórico do fumante. Confira os métodos utilizados nesse processo.
Adesivo de nicotina: libera nicotina de forma contínua no organismo, fazendo reposição da substância enquanto a pessoa larga o cigarro. Por esse motivo, não deve ser usado enquanto o paciente ainda consome o tabaco, para que não haja excessos de nicotina no corpo. Deve ser usado com acompanhamento médico.
Reposição de nicotina: é feita por meio de chicletes, pastilhas e spray nasal com nicotina. Trata-se de uma opção ao adesivo de nicotina. A diferença é que, enquanto o adesivo libera a substância durante 24 horas, esses métodos podem ser utilizados de forma esporádica e até mesmo quando o paciente não tem mais a necessidade contínua da nicotina. Deve ser usado com acompanhamento médico.
Medicamentos: os remédios utilizados no tratamento para parar de fumar são de duas classes. A buopropiona é um anti-depressivo que ajuda a diminuir a compulsão. Já a vareniclina é um medicamento próprio para o tratamento de tabagismo. Age no cérebro, diminuindo a vontade de fumar e os efeitos da abstinência. O uso desse remédio depende da estipulação de uma data para que o paciente pare de fumar. Ambos só podem ser utilizados com acompanhamento médico.
Cigarro eletrônico: a produção e comercialização desse produto não é legalizada no Brasil, mas o uso de cigarro eletrônico não é proibido. Seu consumo é controverso. Para algumas pessoas, pode ser uma ponte para farar de fumar, mas outras podem exagerar no consumo da versão eletrônica e acabar fumando mais. O pneumologista ressalta que a procedência do cigarro eletrônico disponível no Brasil é duvidosa, podendo conter, além da nicotina, substâncias desconhecidas dentro do refil líquido, o que pode prejudicar tanto ou mais que o cigarro convencional.
Abandonar hábitos associados ao cigarro: se você fuma na balada ou ao tomar café ou depois de almoçar, é recomendável que mude os hábitos pelo menos nas primeiras semanas em que largou o cigarro até que consiga ter controle emocional para resistir à tentação. É aconselhável também que reorganize o ambiente, jogando fora objetos associados ao fumo, como cinzeiros. O pneumologista conta que teve paciente que até trocou de carro enquanto fazia o tratamento, por conta do cheiro de cigarro que ficou impregnado.
Parada gradual: esse método consiste na retirada de unidades diárias de cigarro e de o paciente resistir a fumar outro cigarro ou comprar outro maço. O pneumologista afirma que este é um método que raramente tem eficácia, pois depende de muito autocontrole do paciente.
Parada gradual: esse método consiste na retirada de unidades diárias de cigarro e de o paciente resistir a fumar outro cigarro ou comprar outro maço. O pneumologista afirma que este é um método que raramente tem eficácia, pois depende de muito autocontrole do paciente.
Terapia em grupo ou individual: o pneumologista afirma que o apoio emocional é essencial no tratamento de pessoas que querem parar de fumar para que se mantenham motivadas. O mais comum é que pacientes procurem a terapia individual. Já aqueles que são mais abertos para falar de suas experiências, também contam com terapia em grupo, como o grupo gratuito Nicotina Anônimos e no Facebook deles.
Terapias alternativas: técnicas como meditação, hipnose, acupuntura e atividades físicas regulares são métodos eficazes para parar de fumar, segundo o pneumologista. As primeiras três técnicas ajudam a adquirir autocontrole necessário para resistir ao cigarro. Já a atividade física libera substâncias, como a endorfina, que trazem a sensação de prazer, concorrendo diretamente com a sensação da nicotina.
Substituição por alimentos: alimentos ou água gelada ajudam a controlar a vontade de consumir o cigarro. Esse método auxilia a desviar o foco do cérebro, que “esquece” a necessidade da nicotina. No caso da água gelada, por exemplo, o cérebro vai se concentrar nessa sensação, segundo o pneumologista. É aconselhável escolher a água ou alimentos saudáveis para fazer essa substituição para evitar problemas como obesidade e diabetes por meio do consumo exagerado de gordura e açúcar.
Vida após cigarro: logo no primeiro dia sem cigarro, já há benefícios ao organismo, como a diminuição dos batimentos e da pressão cardíaca. Já nos primeiros momentos sem a nicotina, há melhora do olfato, do paladar e da textura da pele. A médio prazo, há uma melhora na capacidade pulmonar e diminuição de riscos para doenças cardiovasculares. A longo prazo, diminuem as chances do aparecimento de câncer e do desenvolvimento da bronquite.
R7