Estima-se que 25% da população adulta brasileira seja portadora da hipertensão arterial, comumente chamada de pressão alta. Falta de atividade física, alimentação inadequada, tabagismo e o estresse da vida moderna contribuem para o crescimento da incidência desse mal que, ao longo dos anos e sem tratamento adequado, pode levar a complicações cardiovasculares e até à morte. A importância dos perigos dessa anomalia será lembrada no próximo dia 26, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.
“A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. O coração e os vasos podem ser comparados a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Se fecharmos a ponta dos esguichos, a pressão lá dentro aumenta. O mesmo ocorre quando o coração bombeia o sangue. Se os vasos são estreitados, a pressão sobe”, explica o Cardiologista Cláudio Silva Bacelar, integrante da corpo médico da Clínica ADS.
Os médicos determinam que a pressão igual ou superior a 14 por 9 pode ser sinal de hipertensão arterial, problema que pode atacar vasos, coração, rins e cérebro. “Os vasos são recobertos internamente por uma camada muito fina e delicada, que é machucada quando o sangue está circulando com pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados e podem, com o passar dos anos, entupir ou romper”, esclarece Cláudio Bacelar, que é membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Quando o entupimento de um vaso acontece no coração causa a angina, que pode ocasionar um infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso leva ao “derrame cerebral” ou AVC. Nos rins podem ocorrer alterações na filtração do sangue e até a paralisação do órgão. Todas essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o tratamento adequado, bem conduzido por médicos.
Dados – A pressão alta pode ser considerada uma doença democrática: pode atingir homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e magros, pessoas calmas e nervosas. Sua prevalência é alta, já que acomete uma em cada quatro pessoas adultas.
A estimativa é de que a doença atinja 25 % da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
Em nível mundial, a hipertensão arterial é uma doença crônica que afeta cerca de um terço da população do planeta. Muitas consequências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão.
Genética
Fatores genéticos influenciam na incidência da patologia. “Integrante de família com histórico de infartos e problemas cardiovasculares tendem a ter uma certa predisposição para o problema, por isso é bom sempre redobrar os cuidados”, alerta Cláudio Bacelar.
Um dos principais problemas da hipertensão é que, na maior parte das vezes, a pessoa nem sabe que tem o problema. Ela é chamada de “assassina silenciosa” porque não apresenta sintomas durante anos até o momento em que atinge um órgão vital. Quando há sintomas, os mais comuns são dor no peito e na nuca, fraqueza, suor intenso, tontura, zumbido no ouvido, dor de cabeça, falta de ar, visão embaçada, perda de sangue pelo nariz, agitação e vômitos. “A presença ou ausência desses sintomas não é determinante da hipertensão, que só pode ser diagnosticada através de exames específicos como o Mapa”, destaca o Cardiologista da Clínica ADS.
Além de medir a pressão uma ou duas vezes por ano, as pessoas podem adotar alguns hábitos para prevenir a doença: praticar atividades físicas regularmente; manter o peso ideal e evitar a obesidade; adotar alimentação saudável, com pouco sal; reduzir o consumo de álcool, abandonar o cigarro e evitar o estresse. “Vale destacar que pessoas hipertensas não devem parar o tratamento. É preciso tomar as medicações conforme orientação médica para manter a pressão controlada”, conclui o médico.