Começaram nesta terça-feira (25) em Campinas as aulas práticas dos 100 servidores federais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que estão aprendendo a pilotar drones. O instrumento não tripulado vai auxiliar nas auditorias, fiscalizações e inteligência.
As aulas teóricas iniciaram em março, de forma remota. No total, são quatro turmas de 25 servidores, com aulas presenciais de abril a 1º de setembro, sempre em Campinas (SP).
A abertura do curso prático teve a participação da superintendente de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo, Andréa Moura; do chefe da Divisão de Defesa Agropecuária, Danilo Kamimura; e do organizador do curso, Lucas Fernandes de Souza. Andréa disse que o Mapa de hoje é totalmente diferente de 15 anos atrás e, por consequência, a forma de fiscalizar também mudou. “Temos que acompanhar a evolução tecnológica”, afirmou.
O auditor fiscal federal agropecuário Fábio Bessa, do Vigiagro do Maranhão, disse que a tecnologia que o drone traz para o Mapa “é um mundo que a gente ainda não descobriu”. Segundo ele, os drones serão a extensão dos olhos do auditor fiscal. “Você consegue ver ângulos, registrar vídeos e fotos de lugares onde uma pessoa não conseguiria ir. Ou, se fosse, seria muito perigoso.”
A auditora fiscal Scheila Silva, que trabalha na regional de Sorocaba (SP), disse que atua em duas áreas em que os drones poderão ser muito úteis: fiscalização de organismos geneticamente modificados (OGMs) e monitoramento de pragas. “O sobrevoo das áreas de produção vai facilitar a detecção de plantas sintomáticas e a coleta direcionada, otimizando nosso tempo e nossos recursos”, afirmou. Essa otimização tem sido uma preocupação do Mapa.
Equipamentos
A proposta do treinamento foi elaborada pela Superintendência de Agricultura e Pecuária de São Paulo (SFA-SP), que recebeu sete drones e câmeras de alta resolução apreendidos pela Receita Federal. Os equipamentos serão utilizados na fiscalização da defesa agropecuária no Estado de São Paulo.
Os instrumentos são novos e estão totalmente desmontados. É necessário conhecimento técnico específico para sua montagem e utilização. “Os drones são versáteis e cada dia mais surgem novas aptidões. No campo da fiscalização, por exemplo, podem otimizar as atividades, auxiliando os fiscais na apuração de ilícitos e evitando a exposição dos servidores a situações de risco”, explicou Uéllen Lisoski Duarte Colatto, chefe de Divisão de Aviação Agrícola do Mapa.
Além de aprender a manusear, fazer ajustes e realizar a manutenção básica, o curso vai incluir o conhecimento sobre as regras para utilização dos equipamentos e dos softwares de imageamento. “Esse conteúdo vai propiciar o uso mais eficiente da ferramenta em diversas áreas de atuação da defesa agropecuária”, afirmou Uéllen.
Por se tratar de uma aeronave, o uso está sob o arcabouço do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil Especial 94, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sendo necessário treinamento adequado para que sua utilização seja proveitosa e produtiva para o serviço da Defesa Agropecuária. Os recursos para custear a entidade de ensino são do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).