A procura por informações sobre os saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) mais que triplicou o atendimento da Caixa nos últimos três dias, quando as agências abriram mais cedo. A média de atendimento de quarta a sexta-feira foi de 312 mil pessoas, enquanto nos dias anteriores, o banco estatal recebeu, em média, 86 mil. O site criado pelo banco recebeu 60 milhões de acesso.
Hoje, a Caixa planeja abrir 1.891 agências para que trabalhadores tirem dúvidas sobre o saque das contas inativas. A retirada do dinheiro ocorrerá de março a julho, conforme o mês de nascimento do trabalhador. Cerca de 30 milhões de brasileiros terão dinheiro para sacar.
A Caixa informou que 25.620 funcionários foram recrutados para trabalhar hoje. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, decisões liminares da Justiça do Trabalho do Estado e de Mato Grosso dizem que o banco não pode obrigar os funcionários a trabalhar no sábado. Em nota, a Caixa afirma que os funcionários que trabalharão hoje foram convidados, e que as agências em São Paulo e Cuiabá vão abrir exclusivamente para a prestação de informações.
Para o presidente dos bancários do Distrito Federal, Eduardo Araújo, a decisão de abrir as agências neste sábado apenas com esse fim é “jogar dinheiro fora”. “As pessoas podem se informar de outras formas.”
Segundo o banco, o esquema de logística, segurança e pagamento de horas extras vai custar R$ 121 milhões até o fim de julho. O valor é bem inferior ao que o banco recebe como agente operador do FGTS. Segundo o Ministério do Trabalho, o FGTS pagou R$ 4,4 bilhões à Caixa de janeiro a novembro de 2016 para o banco administrar 260 milhões de contas com saldo (ativas e inativas).
Sem dinheiro
Trabalhadores que verificarem que não há saldo ou que o valor depositado pelas empresas em conta do FGTS está diferente do que o previsto deverão procurar a Justiça. Especialistas ouvidos pelo Estado afirmam que quem identificar irregularidades deve entrar com ação informando o período em que trabalhou e apresentar comprovantes, como contracheques e carteira de trabalho.
Segundo o advogado Carlos Eduardo Vianna Cardoso, sócio do setor trabalhista do escritório Siqueira Castro, os trabalhadores poderão questionar casos que já estariam prescritos.
O trabalhador tem direito de ajuizar ações em questões trabalhistas até dois anos após o desligamento da empresa. “Se ele só agora percebeu que não há saldo em conta que deveria ter e, por exemplo, já se passaram mais de dois anos, pode haver uma rediscussão da prescrição por conta do fato novo, que é a possibilidade de sacar o recurso”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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