O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), que mede a prévia da inflação oficial, ganhou ritmo e atingiu 0,58% em outubro — taxa mais elevada para o mês em três anos.
Os principais vilões dessa aceleração foram os transportes e os alimentos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A aceleração, contudo, ainda não deve ser suficiente para pressionar o Banco Central a mexer na taxa básica de juros, em meio a uma recuperação econômica fraca e alívio cambial.
Com o resultado da prévia, o IPCA anota taxas de 3,83% no ano e de 4,53% em 12 meses, acima dos 4,28% acumulados em 12 meses até setembro — superando o centro da meta oficial em 12 meses.
A taxa é superior ao 0,09% de setembro e ao 0,34% de outubro de 2017.
Os grupos que mais contribuíram para o aumento do IPCA-15 de setembro para outubro foram alimentação e transportes.
Os alimentos, que tinham registrado deflação (queda de preços) de 0,41% na prévia de setembro, passaram a ter uma inflação de 0,44% na prévia de outubro.
O resultado foi influenciado pela alta nos preços de alimentos como tomate (16,76%), frutas (1,90%) e carnes (0,98%). O leite e derivados estão 14,74% mais caros.
A prévia da inflação ainda mostra que comer fora de casa está pesando mais no bolso dos brasileiros neste mês, com alta de 0,30% em outubro (em setembro havia sido 0,12%).
Os lanches estão custando 0,74% a mais e a refeição, 0,26%.
Já a inflação dos transportes subiu de 0,21% na prévia de setembro para 1,65% na prévia de outubro. Segundo o IBGE, os combustíveis, que tiveram queda de 0,19% em setembro, registram alta de 4,74% neste mês. A gasolina subiu 4,57%, em média, enquanto o etanol ficou 6,02% mais caro. O preço do diesel também acelerou em outubro: 5,71%.
R7