A Comissão Europeia afirmou nesta quarta-feira (31) que a negociação visando a assinatura do acordo de livre-comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul (bloco formado pelo (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) está em uma “posição difícil”, mas que confia que, com a “vontade política” atual, se chegará a um pacto. A informação é da EFE.
“Ao final, só restaram os temas mais difíceis. Os assuntos fáceis já estão resolvidos”, disse ontem o vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, em uma coletiva de imprensa, depois que os ministros de Relações Exteriores do Mercosul e os comissários europeus de Comércio e Agricultura se reuniram em Bruxelas.
Katainen declarou que a UE deve “calibrar o quanto pode oferecer e onde estão as linhas vermelhas”, mas disse estar confiante que “se a vontade política for tão forte como é neste momento”, o acordo poderá ser fechado. “Temos muito o que conseguir ao lado do Mercosul e eles precisam de um melhor acesso ao nosso mercado. Tenho bastante confiança neste momento, mas a negociação está em uma posição difícil”, falou.
O comissário se recusou a pronunciar-se sobre a última oferta colocada sobre a mesa pela União Europeia, mas indicou que na reunião de ontem “as coisas progrediram” e que agora esperam que o Mercosul responda às suas propostas e possam finalizar as negociações.
Negociador experiente
“A UE é um negociador muito experimentado em comércio e entendemos que o Mercosul não tenha tantos acordos comerciais com outros, mas entendem que isto é muito importante política e economicamente para a região”, destacou Katainen.
A reunião de ontem (30) se desenvolveu sobre a base dos últimos capítulos estipulados entre os dois blocos na última rodada de negociação realizada em dezembro, em Buenos Aires, e será sucedida por um encontro dos negociadores de ambas partes em Bruxelas, na próxima sexta-feira (2), para continuar avançando.
A UE e o Mercosul negociam desde 1999 um amplo acordo de associação que inclui um tratado comercial, mas as conversas estiveram bloqueadas completamente entre 2004 e 2010, e só foram retomadas em 2016.
Agência Brasil