A comissão especial da reforma da Previdência (PEC 6/19) na Câmara dos Deputados rejeitou na tarde de hoje (4), por 31 votos a 17, a mudança nas regras de aposentadoria para agentes de segurança.
Pelo texto aprovado hoje pela comissão especial, policiais federais e legislativos se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo.
A regra incluirá profissionais que exercem atividades ligadas à segurança pública, entre eles policiais federais e rodoviários federais, servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), policiais legislativos, civis e militares, bombeiros, agentes de trânsito, penitenciários e socioeducativos, oficiais de justiça e guardas municipais.
Aos gritos de “PSL traiu a polícia do Brasil”, policiais que têm acompanhado a votação da proposta na Câmara reagiram à derrubada do destaque. Apesar da pressão dos policiais, já era previsto que a alteração não fosse acatada na comissão. Ontem (3), parlamentares de vários partidos se reuniram com presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tentar viabilizar a aprovação da proposta na comissão. Além das regras diferenciadas para policiais, estados e municípios também foram retirados no texto do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
“Antes de chegar ao plenário, vamos conversar com os representantes das policiais para avisar que no nosso ponto de vista eles não terão o mesmo direito das Forças Armadas, até porque são uma federação. Isso vai precisar ficar claro. Essa é uma polêmica grande”, disse Maia.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo para que fossem atendidas pelo menos em parte as reivindicações dos policiais no texto da reforma.
Neste momento, parlamentares apreciam as sugestões de modificação ao texto do relator. Ao todo, foram propostos 17 destaques de bancada e 88 individuais com sugestões de mudanças ao texto-base. A comissão, no entanto, não apreciará as propostas individuais. Já as propostas de bancadas serão analisadas uma por uma.
O parecer do relator foi aprovado por 36 votos a favor e 13 contra. Para deputados da base governista, reformar a Previdência é fundamental para reverter o déficit no sistema de aposentadorias e pensões. Para os favoráveis à PEC, a reforma vai trazer de volta a geração de emprego e renda na economia brasileira. Já os parlamentares da oposição consideram que a reforma vai desmontar o sistema de Previdência Social e será mais dura com os mais pobres.