Na semana que precede as eleições do Esporte Clube Bahia, o Bahia Notícias ouviu as propostas dos candidatos à presidência do Tricolor para o triênio 2018/2020. Nesta segunda-feira (4), Abílio Freire (Mais um, Baêa!), Binha de São Caetano (Bahia campeão dos campeões), Fernando Jorge (Voltar a sorrir), Guilherme Bellintani (Bahia 3.1) e Nelsival Menezes (Bahia gigante) falam sobre a relação com as torcidas organizadas do clube. Confira:
Eu sou um cara muito transparente, verdadeiro e ainda que eu desagrade, gosto de dizer a verdade, pelo menos se a pessoa se sentir desagradada, vai saber que ouviu a verdade, que pelo menos é minha. Com a torcida organizada, eu já estive com o pessoal da Terror, da Bamor e da própria Povão. Hoje temos o apoio da Terror e da Bamor. O nosso objetivo é estar próximo das torcidas organizadas, fomentar que elas continuem existindo ou que elas voltem a existir e que novas torcidas surjam. Entendemos que o cara que se dispõe a trabalhar num jogo, como o pessoal da charanga, o pessoal da bateria, o pessoal da animação que fica de costas para o jogo puxando os cânticos, esse pessoal merece um tratamento diferenciado. Em função disso, nós temos um compromisso enquanto gestores em que daremos os ingressos para animadores, bateria e charanga. É claro que esse número tem que ser uma coisa razoável. Se você vira para mim e diz que sua bateria, sua charanga tem 150 pessoas isso é totalmente fora do padrão. Nós sabemos que uma bateria, no máximo, vai ter 15 integrantes ou 18 integrantes e mais dois, três ou mais cinco puxadores. É nesse formato que nós queremos lidar. Agora, eles tendo um compromisso, o compromisso de serem torcida organizada, um compromisso de serem torcedores. Se a questão continuar ou começar a ter violência, baderna, automaticamente todo esse acerto estará suspenso.
Toda a grande equipe tem que ter uma boa convivência com as torcidas organizadas, porque lá tem pessoas de bem, de caráter, honestas, com ética moral, social, de cidadania, com visão social, com visão de ótica. As torcidas organizadas são pessoas de bem, agora tem pessoas que gostam de discriminar, porque aparecem quatro, cinco ou seis bagunceiros. Não é a torcida organizada. Eu conheço médico, cantor, jogador de futebol que fazem parte das torcidas organizadas, principalmente a Bamor. São torcidas que tem homens de bem. Tem conselheiro do Bahia que é sócio da Bamor. Então, eu vou tentar ter uma boa convivência com eles, com certeza. Porque eles são torcedores do Bahia que ajudam o Bahia.
Eu acho que hoje a relação com as torcidas organizadas com a gestão atual é válida. O Fernando Schmidt, depois da intervenção e o primeiro presidente, mudou a relação que tinha, porque era uma relação muito mais de uso do Bahia e eu acho que essa é a válida. Tem que existir a torcida organizada, a violência menor possível. Eu sou contra aquele negócio de público de um time só mandante, acho que tem que ter as duas, agora, numa relação de amor. Uma relação de fidelidade total. Eu acho que a torcida organizada do Bahia e até não quero chamar a Bamor de melhor do que a Povão e nem que seja, mas elas são extremamente hoje válidas para o futebol.
Acho que é fundamental a presença da torcida organizada no estádio, a gente vê quando as organizadas estão presentes, o time reage de forma diferente, se empolga muito mais. A gente tem ali de fato, uma interação de sangue, de pele que é muito importante para o Esporte Clube Bahia. O que nós pudermos fazer para apoiar isso, a gente fará. Agora, entendendo, naturalmente, que é a torcida que mantém o clube, não o clube que mantém a torcida.
Nós vamos ter que interagir com o torcedor. Nem sempre o diretor ou o presidente do clube alcança o que a torcida quer, porque ele se recolhe na sede, na sua sala com ar-condicionado, com as suas mordomias e não até onde o torcedor quer. Ou na Fonte Nova quando ele resume o seu espaço à cabine de honra e não vai até o torcedor. Então, a diretoria do Esporte Clube Bahia precisa ir até o seu torcedor, precisa ter agentes de informação, precisa interagir e perceber o que é que o torcedor quer, porque se você perceber bem, os objetivos de um grande clube e a sua missão partem de interesses. Então, eu tenho que perceber qual é o interesse do torcedor? Quais são as suas aspirações? Se essas aspirações e esses interesses forem coerentes, a gente vai ver as necessidades e das necessidades a gente parte para os objetivos. Então, é necessário uma interação maior e uma integração entre o clube e o seu presidente, relações públicas e a torcida, porque nem sempre o diretor que está lá em cima no seu gabinete percebe as aspirações, necessidades e o interesse do torcedor. Quem mantém o clube é o torcedor, é o sócio e é o maior patrimônio do clube. É a divisão de base, os seus atletas profissionais e a torcida. E essa torcida não está sendo vista com bons olhos. Nós precisamos premiar o torcedor.
Bahia Notícias