Demonstrando otimismo com a retomada da economia brasileira e com os efeitos das reformas promovidas pelo governo Michel Temer, mais de 50 empresas italianas se reuniram nesta quinta e sexta-feira (24 e 25), em São Paulo, para discutir oportunidades de negócios no Brasil nos próximos anos. A missão de empresários, a maior realizada pela Itália no mundo em 2016, foi presidida pelo vice-ministro do Desenvolvimento Econômico daquele país, Ivan Scalfarotto.
“O Brasil, apesar da crise, representa um oportunidade de investimento importante, pelo seu capital humano, pelo ajuste fiscal que foi votado pelo Parlamento, e nós já passamos por todas essas reformas”, disse o vice-ministro Scalfarotto.
Ao todo, o “Fórum Brasil-Itália” reuniu cerca de 500 executivos, entre brasileiros e italianos, que analisaram as possibilidades de investimentos e oportunidades de negócios nos setores de energia, aeroespacial, agronegócio, comunicação e tecnologia. As informações são da Agência ANSA
Nesta sexta-feira, em São Paulo, o evento contou com representantes de várias companhias italianas e, do lado brasileiro, o Banco do Brasil e o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão relataram aos executivos italianos as oportunidades de investimentos no país.
O vice-ministro Scalfarotto mostrou empolgação com os sinais de abertura ao capital externo dados pelo governo Temer e disse à ANSA que o Brasil passa pelo mesmo momento de reformas que a Itália conduziu ao longo dos últimos dois anos com o primeiro-ministro Matteo Renzi.
Nova fase
“Tanto a Argentina quanto o Brasil estão dando sinais de abertura depois de um período de fechamento. Como somos um país que pode exportar qualidade, excelência e tecnologia, estamos interessados em ser parte desse processo. Maior transparência nos procedimentos e maior clareza sobre os prazos e tarifas são elementos concretos que tornam mais simples a chegada de capital externo”, explicou Scalfarotto.
“Foi um desafio organizar esse fórum neste momento. Havia alguma resistência na Itália, dizia-se que o Brasil ainda não tinha começado sua retomada. Mas havia outra parte muito forte, dizendo que deveríamos fazer”, afirmou a diretora-geral no Brasil da Italian Trade Agency, Erica Di Giovancarlo, promotora da missão. Segundo ela, o próprio primeiro-ministro italiano Renzi fez questão que o evento ocorresse.
“Queremos com essa iniciativa trazer de volta a grande atenção sobre o Brasil na Itália e sobre a Itália no Brasil. Hoje foi um ótimo ponto de partida”, declarou à ANSA o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini.
Em 2015, as trocas comerciais entre as duas nações somaram 7 bilhões de euros, uma queda de 10% em relação a 2014. Além disso, de acordo com Scalfarotto, as exportações italianas ao Brasil caíram quase 25% no ano passado, e os oito primeiros meses de 2016 mostram que o sinal ainda não se inverteu.
Segundo a Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria), há mais de mil indústrias italianas atuando no Brasil, que empregam cerca de 140 mil pessoas e possuem um faturamento conjunto de 30 bilhões de euros por ano. “O Brasil é um pedaço da Itália no mundo. Há um consenso de que o pior da crise já passou para os dois países e acreditamos em um futuro brilhante juntos”, disse a vice-presidente da Confindustria, Licia Mattioli.
Agência Brasil