Doenças atingem mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo
Quando falamos em doenças inflamatórias intestinais, nos referimos a basicamente duas delas: Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. A primeira, pode acometer todo o trato gastrointestinal, da boca ao ânus; e a segunda, é restrita ao reto e cólon (intestino grosso). Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), as doenças inflamatórias intestinais atingem mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. A convite da farmacêutica global Organon, a gastroenterologista Bianca Schiavetti explica os principais sintomas, tratamentos, mitos e verdades sobre elas.
Segundo a especialista, o tratamento para a Doença de Crohn, em casos mais leves, é feito com os imunossupressores. Nos pacientes que não respondem, ou naqueles que têm doença moderada/grave, já é indicado o uso de imunobiológicos. ‘’Já na Retocolite Ulcerativa, a grande maioria dos pacientes responde ao chamado tratamento convencional, com o uso de derivados aminossalicilatos”. Em caso de necessidade, podem ser usados imunossupressores e terapias avançadas, como as pequenas moléculas orais ou a terapia biológica’’, explica.
No Sistema Único de Saúde (SUS) o acesso a esses tratamentos é definido pelos PCDT (Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas), que abrangem o acesso a terapia biológica, tanto para a Doença de Crohn, como para Retocolite Ulcerativa. “O grande problema é que nem todas as medicações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão disponíveis para uso”, explica.
Por isso, ela ressalta a importância dos medicamentos biossimilares para acesso a tratamentos de qualidade. Disponíveis no Brasil desde 2015, os biossimilares são desenvolvidos tendo como referência fármacos cuja patente expirou. Eles têm um custo inferior aos medicamentos de referência e são desenvolvidos para funcionar no organismo de maneira idêntica ao produto originador, garantindo a mesma qualidade, eficácia e segurança. Para isso, passam por rigorosos testes antes de chegar ao mercado, além de ter a aprovação da Anvisa.
‘’É de extrema importância a participação de médicos, instituições e pacientes nas consultas públicas – iniciativa que visa promover o diálogo entre a administração pública e o cidadão. A entrada dos medicamentos biossimilares possibilita não só a tratar mais pacientes com determinada medicação, como também gera recursos financeiros para incorporação de novas tecnologias”, afirma.
Confira 7 mitos e verdades sobre doenças inflamatórias intestinais
Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa têm sintomas parecidos
Verdade. Uma pequena porcentagem de pacientes, cerca de 5%, não têm claramente o diagnóstico definido entre essas patologias no início, e são classificados como portadores de uma Colite Indeterminada. O diagnóstico, portanto, é definido ao longo do curso da doença. Na Doença de Crohn, os sintomas variam de acordo com a localização da doença. Mas a dor abdominal crônica é o mais comum. Perda de peso e febre sem explicação, anemia, diarreia e lesões perianais (principalmente fístulas) também podem ocorrer. A fadiga é uma queixa comum e, nas crianças, a parada no crescimento. Já na Retocolite Ulcerativa, os sintomas são relacionados com a extensão e gravidade da inflamação. O mais comum é a diarreia com muco e sangue, geralmente precedida de cólica abdominal. Perda de peso, febre e anemia geralmente estão presentes em casos de maior gravidade e comprometimento nutricional.
Alimentos processados são fatores de risco para doenças inflamatórias intestinais
Verdade. Existem gatilhos ambientais conhecidos e alguns bem definidos, como alimentos processados e ultraprocessados, tabagismo, stress, uso de algumas medicações (excesso de antibióticos, por exemplo), entre outros.
Não é possível prevenir doenças inflamatórias intestinais
Mito. Hábitos como não fumar, praticar atividade física, manter uma boa saúde psicológica, ter qualidade de sono e evitar alimentos industrializados, podem ser úteis para prevenção, não só das doenças gastrointestinais, mas também de várias outras.
Doenças inflamatórias intestinais são hereditárias
Parcialmente verdade. Sabemos que existe uma predisposição genética. A história familiar está presente em cerca de 10% dos casos e pode haver maior probabilidade em pacientes portadores ou com familiares portadores de outras doenças imunomediadas (psoríase, espondiloartrites e outras).
Medicamentos biossimilares não são eficazes
Mito. Os medicamentos biossimilares são desenvolvidos tendo como referência fármacos cuja patente expirou. Eles têm um custo inferior aos medicamentos de referência e são desenvolvidos para funcionar no organismo de maneira idêntica ao produto originador, garantindo a mesma segurança, pureza e eficácia. Para isso, passam por rigorosos testes antes de chegar ao mercado, além de ter a aprovação da Anvisa.
Medicamentos biossimilares aumentam chances de acesso a tratamentos
Verdade. Nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Retocolite Ulcerativa, temos dois biológicos com mecanismos de ação diferentes, além de uma pequena molécula oral. Já na Doença de Crohn, o PCDT se resume a três biológicos, sendo que todos eles atuam na mesma via inflamatória, o que gera uma grande demanda não atendida para aqueles que têm contraindicações ao uso de anti-TNF (medicamento biológico que bloqueia especificamente uma substância chamada Fator de Necrose Tumoral – TNF em inglês), eventos adversos, não resposta primária, ou perda de resposta secundária. Por isso é de extrema importância a entrada dos medicamentos biossimilares para garantir ampliação de opções para os pacientes.
A internet pode ser uma aliada para encontrar atendimento especializado
Verdade. Sites de instituições médicas como a Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB) e de associações de pacientes como a ABCD, possuem indicação de especialistas em cada estado. Sem falar das redes sociais, onde é fácil encontrar grupos e associações de pacientes que podem ajudar nessa busca; como também achar diretamente profissionais na área que divulgam conteúdo de qualidade.
Sobre a Organon
A Organon é uma empresa global de saúde com foco no desenvolvimento de medicamentos para mulheres. Seu propósito é contribuir para que as mulheres tenham mais saúde e bem-estar em todas as fases da vida. A companhia possui um portfólio de mais de 60 medicações em diversas áreas terapêuticas, como saúde reprodutiva, contracepção, doenças cardíacas e câncer de mama. Entre esses produtos, constam também biossimilares e medicamentos estabelecidos no mercado. Oriunda da farmacêutica MSD, a Organon tem atuação autônoma e cerca de 9 mil trabalhadores espalhados pelo planeta.