Cerca de 150 pessoas ficaram feridas neste sábado (25), durante operação das forças de segurança para dispersar um protesto de islamitas que, há 18 dias, bloqueia uma das principais entradas de Islamabad, capital do Paquistão.
A polícia local confirmou, em comunicado, que 100 membros das forças de segurança ficaram feridos na operação. Fontes do Hospital Instituto de Ciências Medicas do Paquistão disseram à Agência EFE que receberam 46 civis feridos.
“Os manifestantes usaram gás lacrimogêneo de qualidade superior e granadas. Como resultado, mais de 100 membros das agências de segurança ficaram feridos com gravidade”, disse a polícia, além de acrescentar que pelo menos três viaturas foram queimadas.
Pelo menos 144 manifestantes foram detidos na operação, que começou no início da manhã e durou várias horas, com duros confrontos entre 5.500 agentes da polícia e de duas forças especiais e cerca de 1.500 seguidores do clérigo Khadim Hussain Rizvi, do partido Tehreek-e-Labbaik Pakistan.
“Para proteger vidas humanas, as agências de segurança suspenderam as operações por enquanto”, diz a nota.
Também houve protestos em outras cidades, como em Lahore, onde manifestantes foram às ruas contra a operação policial em Islamabad.
A Autoridade Reguladora de Imprensa do Paquistão (Pemra, na sigla em inglês) proibiu a transmissão ao vivo de imagens do protesto, e várias emissoras foram tiradas do ar por fazê-lo.
Além disso, redes sociais como o facebook e o Twitter deixaram de funcionar no país asiático, embora não tenha havido anúncio oficial a respeito do bloqueio.
Os manifestantes acamparam, em 7 de novembro, na principal estrada que liga Islamabad à cidade de Rawalpindi, para pedir a renúncia do ministro da Justiça, Zahid Hamid, o que provocou grandes engarrafamentos e o fechamento de alguns colégios na capital.
Rizvi e seus seguidores começaram o protesto devido ao fato de, em 2 de outubro, o Parlamento ter aprovado uma reforma da lei eleitoral. Foi trocada uma parte do juramento de posse de cargos públicos de “eu acredito” para “eu juro” que “Maomé é o último profeta do islã”.
Três dias depois, o Parlamento restabeleceu o artigo na forma original. O ministro tentou se aproximar dos extremistas, afirmando, em vídeo, que Maomé é o último profeta.
No entanto, os islamitas exigem a renúncia de Hamid e que sejam punidos os responsáveis pela mudança na lei, que consideram um ato de blasfêmia, uma perigosa questão no Paquistão.
Agência Brasil