Pelo menos 15 pessoas foram mortas e 20 ficaram feridas em dois dias de lutas tribais em Darfur, no oeste do Sudão, dias depois que o governo central enviou uma força conjunta à região para deter semanas de forte violência.
O governador do estado de Darfur do Sul, Hamed al Tigani, declarou neste sábado (1º) que os confrontos entre a tribo árabe Taaisha e a africana Falata eclodiram na última quinta (30), após uma disputa por terras agrícolas.
Al Tigani disse que foram enviadas forças policiais ao local para deter os enfrentamentos, mas fortes chuvas e estradas ruins impediram a chegada, forçando o exército a se posicionar em seu lugar.
No último domingo (26), o primeiro-ministro sudanês, Abdallah Hamdok, anunciou que enviaria uma força conjunta do Exército, das Forças de Apoio Rápido e da polícia aos cinco estados de Darfur para conter a violência que vem atingindo a região recentemente.
Há uma semana, vários homens armados, supostamente de origem árabe, atacou a região de Mesteri, em Darfur Ocidental, matando 66 habitantes de origem africana, enquanto 38 pessoas ficaram feridas. Durante o conflito, dez integrantes do grupo morreram.
Foi o mais recente de uma série de ataques violentos que mataram dezenas de pessoas em confrontos entre tribos árabes e africanos e grupos armados que operam em Darfur, o cenário de um conflito brutal entre 2003 e 2008, que deixou mais de 300 mil vítimas, de acordo com as Nações Unidas.
A maioria dos darfurianos pertence à tribo africana Al Fur, que há mais de uma década pegou em armas por causa da marginalização que sofreu, mas sofreu repressão em fogo e sangue pelo antigo regime de Cartum, apoiado por milícias árabes.
R7