A planejadora financeira pessoal da Academia de Planejamento Financeiro GFAI Daniela Mir saiu do mercado de TI (Tecnologia da Informação) para entrar no mundo das finanças pessoais. Daniela conta que chegou ao mercado como cliente e percebeu que a profissão podia ser boa para ela.
Daniela faz parte dos 3.719 profissionais certificados pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros) — 490 deles foram aprovados em 2017, quando existiam 3.409 profissionais da área. A profissão ficou no topo da lista do ranking da Jobs Rated Almanac, publicação que classifica os melhores empregos dos Estados Unidos.
“Era algo que eu fazia corriqueiramente, fazia em casa e ajudava amigos. Quando eu soube que pessoas faziam isso profissionalmente, eu decidi que precisava conhecer”, conta. Daniela explica que saiu da empresa em que trabalhava, porque precisava de um “período sabático” para se reencontrar profissionalmente.
Neste período, Daniela contratou um planejador financeiro, tanto para ajudar com as finanças, como para entender como o profissional trabalhava, além de fazer um curso profissionalizante.
O dinheiro é um dos pontos centrais da rotina do planejador. Daniela enxerga o dinheiro como uma ferramenta para a realização de sonhos e conquista de objetivos. “Eu faço planejamento de vida e uso o dinheiro como uma ferramenta para viver. Você precisa se conhecer, saber quais seus projetos e o que é importante para você”, explica. Segundo Daniela, o mapeamento do comportamento é mais importante do que a renda em si.
Por mais que a profissão tenha ganhado mais espaço no mercado, Daniela explica que ainda existem barreiras a serem rompidas.
“Hoje ainda é difícil chegar no mercado. As pessoas não enxergarem a real importância [da profissão]. Muitos acham que baixar uma planilha na internet já resolve o problema do planejamento financeiro”, afirma. Para Daniela, ainda existe um “trabalho de formiguinha para mostrar o valor”.
A planejadora financeira CFP® Virgínia Prestes concorda que muitos ainda desconhecem a profissão. “As pessoas ainda desconhecem a profissão, mas eu acho que as instituições financeiras estão fazendo um papel bacana, porque estão pedindo a certificação CFP®”.
Virginia opina que a profissão vem crescendo no mercado e que os brasileiros estão começando a entender melhor, graças à disseminação de informações e as taxas de juros mais baixas. “O trabalho do planejador financeiro vai além das finanças. A gente cuida do risco, da parte sucessória, a gente fala de seguros, de previdência, é uma gama bem ampla”, explica.
Para Virgínia, o trabalho do planejador não deve ser olhado pelo custo que tem, mas pelo retorno financeiro. “Na maioria das vezes, o custo acaba sendo retornado”, afirma.
Segundo as profissionais, o planejador financeiro é um profissional que pode ser contrato por qualquer pessoa. O profissional ajuda tanto as pessoas que estão com dívidas e querem quitá-las como jovens que pretendem investir pela primeira vez e pessoas mais velhas que já pensam na aposentadoria.
Como se tornar um planejador financeiro
Hoje, a maioria das instituições do mercado exigem que o planejador tenha o certificado CFP (Certified Financial Planner), emitido pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros). A credencial é a mais respeitada globalmente.
Os pré-requisitos para conseguir o certificado são: ter nível superior, experiência de pelo menos três anos em uma área relacionada a finanças pessoais, assinar um código de ética e ser aprovado na prova da certificação.
A prova possui 140 questões de múltipla escolha que abrange os temas planejamento financeiro e ética, gestão de ativos e investimentos, planejamento de aposentadoria, gestão de riscos e seguros, planejamento fiscal e planejamento sucessório.
R7