No mesmo embalo que seguirão o sucessor de Fiat Punto e Palio, o próximo Ford Fiesta e o Volkswagen Gol, a Nissan fará o March crescer em sua próxima geração. Baseado no conceito Sway, que antecipou os novos traços do hatch no Salão de Genebra de 2015, o March não terá mais nada (ou quase nada) de compacto. O carro de entrada do Grupo será o Renault Kwid que futuramente também deverá servir de base para a fabricação de um Nissan de baixo custo no Brasil, na faixa de preço entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. Ainda que a marca não confirme, o Datsun RediGo indiano, lançado em junho, é uma forte evidência.
O futuro March que você vê camuflado nas fotos e na versão que acreditamos será definitiva nas projeções, se valerá de boa parte do desenvolvimento da plataforma CMF-A, a base multi-modular que a aliança desenvolveu para o Kwid e para o RediGo, para criar a CMF-AB. Esta usará os mesmos parâmetros de alongamento e tolerância de alargamento já dispostos na CMF-A, só que para carros um pouco maiores. A partir dessa mesma base sairá a plataforma CMF-B, que estará sob as carrocerias dos futuros Nissan Juke e da nova geração do Renault e Dacia Duster, outro modelo programado para ser fabricado no Brasil em 2018.
A estratégia do grupo é de que todos os carros compactos, dos segmentos A e B compartilhem da nova tecnologia, incluindo também os modelos Dacia (leia-se Logan, Sandero e Duster para nós brasileiros) que hoje são montados sobre estruturas mais simples. Segundo fonte da marca, “a intenção é padronizar a qualidade de todo e qualquer veículo sob o chapéu da aliança Renault-Nissan, desde o compacto de grande volume vendido nos países emergentes, até os modelos mais caros, como Talisman, Altima e Koleos”.
Em relação ao March, a Nissan quer elevar a percepção de qualidade do carro dentro de dois anos. Para isso, além da rentabilidade e qualidade da nova plataforma, pretende fazê-lo o mais marcante possível para um segmento que também deve começar a perder participação com a chegada de SUVs do segmento A e B a partir de 2019. Para tanto ele crescerá dos atuais 3,82 m de comprimento para algo próximo dos 4 m do conceito Sway (leia suei). Seu entre-eixos será alongado em torno de 12 cm, passando de 2,45 m para 2,57 m. O March também ficará quase 10 cm mais largo e em torno de 4 cm mais baixo, dando ênfase à agressividade do novo desenho. O resultado disso deverá ser um carro com pinta de mau e espaço de familiar, especialmente no banco traseiro e no porta-malas, que deverá apassar dos 300 litros de capacidade.
Projetado pelos estúdios da Nissan que desenvolveram o Kicks, é muito provável que ele chegue ao mundo com pequenas e pontuais alterações com relação ao conceito – e nas projeções você consegue ter noção mais clara disso. A dianteira traz a grade em V e os faróis afilados e de formato irregular. O capô será recortado com vincos bem proeminentes, que se juntam justamente ao filete cromado da grade. A linha de cintura ascendente e o teto descendente contribuem para que uma fagulha de esportividade se acenda por ali. Na traseira as lanternas serão apenas filetes com LED, sem estrutura central, invadindo consideravelmente os para-lamas traseiros.
Por dentro, ele seguirá com o conceito minimalista de integração digital que estreou no Kicks. Não terá console apinhado de botões e teclas para cada função: tudo será concentrado na central multimídia, com monitor grande sensível ao toque. Isso aumentará a importância das texturas e materiais do interior, onde a Nissan promete reverter as críticas sobre a qualidade dos materiais usados. O próprio Kicks já mostrou relevantes melhorias nisso. As saídas de ar também tentam passar despercebidas, colocadas nos cantos e um pouco abaixo dos comando do próprio sistema de refrigeração.
Na Europa ele deve ganhar um novo motor 1.2 turbo de 3 cilindros, que aposentará os motores de 4 cilindros da linha, e deve ser apresentado durante o Salão de Paris em outubro. Este mesmo conjunto poderia equipar a versão nacional do novo March, prevista para estrear aqui no 1º semestre de 2018. Mas é mais fácil crer que inicialmente ele deverá vir apenas com o motor 1.6 16V, para só em 2019 ter um três cilindros turbo – não se sabe ao certo se será o 1.2, ou o 0.9 turbo que equipa o Renault Twingo GT. Como a questão não está resolvida, há até a hipótese de que seja uma versão sobrealimentada do próprio 1.0 que é feito no complexo da fábrica em Resende, RJ.
SWAY É O CAMINHO
Apresentado durante o salão suíço de Genebra de 2015, o conceito Sway antecipou em quase dois anos as linhas finais do que será a nova geração do Nissan March. A mudança começa pelo tamanho da carroceria (superior a 4 m de comprimento) e na elevação da impressão geral de qualidade do carro, além de uma esportividade inerente ao desenho do conjunto.
Só o imenso vinco do para-lamas dianteiro até o traseiro que será suavizado. Seu interior também deverá ter muita semelhança com a versão de produção. A parte interna, aliás, já pode ser vista com bastante proximidade de estilo no Nissan Kicks.
uol