O Consórcio BRT Salvador iniciou na tarde desta terça-feira (24) o transplante das primeiras três árvores em função das obras de implantação dos corredores exclusivos do “ônibus rápido”. Os preparativos para a operação tiveram início ontem (23), com prosseguimento na manhã de hoje (24), quando os operários, orientados por especialistas da área florestal, começaram a cavar no entorno de coqueiros que serão removidos e a preparar o terreno para receber as árvores, no gramado do Parque da Cidade. A operação, no entanto, depende do tempo.
No total, serão transplantadas 169 árvores. O entorno dos corredores do BRT também irá receber vegetais transplantados, além de 1,7 mil novas espécies de Mata Atlântica como compensação as 154 árvores que precisarão ser suprimidas em função das obras. Nesta primeira etapa, serão implantados os corredores que irão ligar o Parque da Cidade à região da rodoviária.
Neste trecho, o projeto do BRT prevê, além da implantação dos corredores exclusivos por onde irão trafegar os veículos do novo modal (ônibus articulados, climatizados, e com capacidade para transportar 31 mil pessoas por hora), a construção de três viadutos, que permitirão a eliminação de sinaleiras, cruzamentos e retornos, e dois elevados para a implantação de estações seguras e modernas, além de obras de drenagem para resolver definitivamente problemas de alagamento nas vias.
Etapas – O processo para o transplantio de uma árvore exige várias etapas. A primeira é a poda. A segunda é a aplicação de uma solução para evitar a instalação de fungos. Em seguida, abre-se uma canaleta em volta do vegetal, que deve ser irrigado em abundância. A preparação do espaço onde a árvore será replantada começa com antecedência. Após a escavação, o local deve receber adubo orgânico e ser irrigado.
O transplante é feito com uma trincheira e as etapas variam de acordo com o porte/espécie. Todo o processo de suspensão e transporte é feito com cautela para que o tronco e o torrão (bloco de terra e raiz) sejam preservados. Em seguida, a árvore é colocada no local que foi preparado para recebê-la e ganha uma cinta especial para que fique firme e nivelada ao solo. A árvore transplantada passa por uma manutenção periódica de, no mínimo, 18 meses, incluindo a realização de podas, adubações e irrigações até a total adaptação.
Após o transplantio, a árvore deve ser apoiada em escoras de madeira resistentes fixadas no solo no mínimo em três pontos onde, no caso de espécimes de grande porte, o amarro será feito com adição de cabos de aço. Em caso de necessidade, de acordo com a avaliação do técnico responsável, poderá ser necessária a realização de análise do solo para ajustar o tipo de adubação e tratos culturais para o indivíduo transplantado.
Balanço – Desde 2013, a Prefeitura transplantou mais de 300 espécimes vegetais em diversos pontos da cidade. Só a Secis realizou 274 transplantes ao longo da Av. Luís Viana (Paralela) e 26 no Parque da Cidade. Já a Secretaria de Manutenção (Seman) deu início, no mês passado, a uma operação para transplante de árvores Coccolobas do bairro da Boca do Rio, do antigo estacionamento do Aeroclube, para o Jardim dos Namorados.
Não foi, por sinal, a primeira vez que a Seman realiza este tipo de ação. Anteriormente, foram transplantadas três palmeiras imperiais com mais de 10 metros de altura que estavam no traçado de uma nova passarela construída na Avenida Tancredo Neves, e levadas para o complemento paisagístico da requalificação ocorrida na Avenida Vasco da Gama, onde estão até hoje.
Outra ação idêntica foi também realizada com o translado de oito palmeiras imperiais que seriam descartadas na execução de uma via marginal à Av. Luiz Viana Filho (Paralela) e foram replantadas na nova Praça João Mangabeira nos Barris. Além destas ações de maior tamanho, a Seman fez também a realocação de oito coqueiros adultos dentro da Praça Wilson Lins na Pituba (Antigo Clube Português), que estavam sendo derrubados pela elevação da maré.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom