Foto: Jefferson Peixoto/Secom
Antigo centro econômico de Salvador, o bairro do Comércio, na região do Centro Histórico da cidade, é o foco de uma estratégia da Prefeitura para reocupação da localidade por meio da habitação, promovendo a atração de novos moradores de diversas faixas de renda. Para incluir a população nesse debate, a consulta pública para a Proposta do Plano de Bairro do Comércio está aberta para recebimento de críticas e sugestões até o próximo dia 9, no site fmlf. salvador. ba. gov. br .
Desenvolvido pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), o projeto tem como principais objetivos renovar o ambiente construído e resgate do valor econômico e de uso das edificações; estimular a moradia e novas funções urbanas; recuperar o patrimônio histórico e cultural; potencializar o uso da infraestrutura instalada e da mobilidade urbana e otimizar o uso dos equipamentos urbanos e do patrimônio já existente.
A iniciativa parte da ideia de que a Prefeitura vem investindo bastante no centro da cidade, e que isso pode ser visto tanto nos equipamentos culturais, como nas praças e ruas requalificadas. A região já concentra exemplos como o Centro de Economia Criativa e o polo de tecnologia Hub Salvador. Além disso, integra o leque de ações que começam a ser implementadas pela Prefeitura nas chamadas Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) demarcadas no PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), da capital baiana, como Pilar, Unhão e Gamboa.
Motivação – De acordo com a diretora de Planejamento da FMLF, Beatriz Cerqueira Lima, a iniciativa é importante para que as pessoas participem e colaborem com sugestões. “A consulta pública tem como foco principal a questão da moradia. A Prefeitura quer utilizar os imóveis vazios, ociosos e em ruínas para habitação. Para tanto, realizam-se estudos neste sentido. Basicamente perguntamos se, para morar no Comércio, no Centro da cidade, há mais alguma coisa que possa atrair o interesse da população. Gostaríamos de receber sugestões do que mais poderia ser observado”.
A gestora destaca que o próximo passo seria pensar a “função habitação”, que envolve, logo na primeira etapa, a requalificação de 17 casarões. Estes imóveis poderão atender cerca de 200 moradias, seja para funcionários públicos ou a população em geral, estando aberto a outras demandas.
“Creio que isso ajudará bastante o território a ter vida 24 horas, gerando emprego e renda tanto na reforma e construção dos imóveis, como também quando receberem os primeiros moradores. Isso deverá gerar diversas outras atividades inerentes à função de habitação, como mercados, farmácias, lavanderias, lojas e barbearias, por exemplo”, declara Beatriz.
A diretora de Planejamento da FMLF reafirma a importância da participação da população nesse processo. “É como se fosse um projeto de uma cidade, que depende de contribuições, críticas e sugestões para crescer. Se queremos falar de sustentabilidade, nada mais sustentável que uma cidade funcionando 24 horas. E morar no Centro, certamente vai contribuir para isso”, finaliza.