Símbolo da arquitetura moderna de Salvador e o mais tradicional teatro da Bahia, o TCA passa por implantação de medidas que vão reduzir, em aproximadamente 34%, o consumo atual de energia elétrica. O projeto, realizado através do Programa Anual de Eficiência Energética da Coelba, é regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e foi iniciado no mês de fevereiro com intervenções na central de água gelada e no sistema de iluminação. A conclusão de todas as ações está prevista para dezembro.
O primeiro passo do projeto foi a elaboração do diagnóstico energético, que identificou os pontos de desperdício de energia e sugeriu melhorias. No sistema de iluminação haverá requalificação das luminárias instaladas com a substituição das lâmpadas fluorescentes e reatores por LED. A previsão de redução do consumo é de 261,07 MWh/ano, o que representa uma economia em torno de R$ 132 mil. A substituição dos equipamentos da central de água gelada vai gerar uma economia de 344,84 MWh/ano, cerca de R$ 175 mil por ano. A central de ar condicionado do TCA vai receber um novo Chiller para garantir a climatização do ambiente com consumo de energia mais eficiente.
No sistema de iluminação geral, escritórios, Concha Acústica e na garagem serão substituídas aproximadamente 3.900 lâmpadas tubulares fluorescentes de 32W com reator por LED tubulares de 18W, o que vai reduzir bastante o consumo de energia. A diretora artística do TCA, Rose Lima, destaca a importância do projeto e da requalificação do teatro. “Estamos comprometidos em aprimorara as estruturas e garantir economicidade própria de um espaço público”.
As lâmpadas incandescentes de 3,2W, que fazem a sinalização das poltronas da sala principal, serão substituídas por LED de 1W. As lâmpadas do estacionamento lateral do teatro e do acesso à Concha Acústica serão substituídas por LED de 18W. “O principal objetivo é minimizar o consumo de energia do teatro e, ao mesmo tempo, enfatizar sua bela e importante arquitetura”, explica Ana Mascarenhas.
A primeira etapa
A Coelba iniciou a eficientização do TCA em 2009, quando o teatro recebeu nova iluminação com projetores de LED nas fachadas e foyer, além de multivapor metálico no jardim. Nesta primeira etapa, a redução média mensal foi de 11.276 kWh, uma economia anual de 135 MWh.
TCA
Um belo exemplo de arquitetura moderna na primeira capital do Brasil, o TCA teve sua construção iniciada em 1958 e concluída em 1967, com projeto do arquiteto baiano José Bina Fonyat Filho (1918-1977), com colaboração do engenheiro baiano Humberto Lemos Lopes (1921-2008). A edificação recebeu menção honrosa na 1ª Bienal de Artes Plásticas do Teatro, em São Paulo.
O complexo do TCA, administrado pela Fundação Cultural da Bahia, abriga o Balé Teatro Castro Alves, criado em 1981, e a Orquestra Sinfônica da Bahia, criada em 1982. As instalações incluem a Sala Principal, com capacidade para 1560 lugares, a Concha Acústica (5.600 lugares), a Sala do Coro (197 lugares), o Foyer, um centro técnico, um jardim suspenso e o Café Teatro, além das salas administrativas e salas de ensaio.
O Teatro Castro Alves foi tombado pelo IPHAN como patrimônio nacional em 2014.