Todo mundo conhece o ritual: você chega no salão, vai para o lavatório, lava os cabelos, coloca a capa e o cabeleireiro começa a cortar os fios. Mas não estranhe se você um dia pular as primeiras etapas. É que uma turma de experts em corte prefere, em alguns casos, passar a tesoura nos fios secos e não molhados.
– Faço cortes em cabelos secos com frequência, quando quero ter controle de como vai ficar. Quando você corta o cabelo molhado, você tem que construir imaginando como ele vai secar – afirma Tiago Parente, que já cortou a seco as madeixas de famosas como Paolla Oliveira, Juliana Paes, Glória Maria e Sheron Menezes.
– Um cabelo com muito redemoinho, você tem uma surpresa quando corta molhado e penteia. Se for um cliente que usa o cabelo seco ao natural, aí mesmo que é interessante fazer o corte com o fio seco – completa Marcio Mello, que assina os cortes de Glória e Cléo Pires
De acordo com Rudi Werner, do Werner Coiffeur, quando os fios são cortados a seco, há a real visualização do comprimento do cabelo, principalmente em fios ondulados e encaracolados:
– Com os fios molhados, naturalmente eles ficam mais longos e escorridos. Com o cabelo seco, é mais fácil ver o caimento natural, e isso pode facilitar o hairstylist a adaptar o corte.
Tiago Parente lembra que o método também é muito utilizado em clientes que têm medo de cortar, de perder comprimento, e em cabelos com aplique mega hair:
– Você consegue ver onde está o mega e onde está o cabelo da pessoa.
Fernando Torquatto, do FT Studio, indica o corte a seco também para clientes que estão deixando os fios crescerem:
– Isso porque você consegue ter maior controle sobre as pontas do cabelo que precisam ser aparadas. O ajuste no
Agora, a técnica não é indicada para todos os casos. Marcio Mello ressalta que é preciso cortar o cabelo molhado quando se quer uma alta definição, como em um chanel marcado. Tiago afirma ainda que é preciso molhar em cortes que tenham muitos desfiados porque a lâmina da tesoura desliza melhor em fios molhados.
– Para fazer um corte muito geométrico, uma nuca muito graduada, preciso das linhas montadas, aí tenho que molhar.
E mesmo num corte em fios secos, há diferenças na forma como os profissionais trabalham. Tiago, por exemplo, costuma lavar, secar, fazer uma escova própria para corte, para só então cortar. Não no caso dos fios crespos, para os quais ele faz a construção sem pentear:
– Depois, molho e reviso ele todo para entrar no eixo, e se necessário desfiar, fazer uma texturização.
G1