Os testes da vacina Ad26COVS2.S contra a covid-19 do laboratório Janssen, do grupo Johnson & Johnson, já podem ser retomados. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta terça-feira (3) que a Janssen prossiga com as pesquisas no Brasil.
A vacina da Johnson é uma das quatro que receberam autorização para testes no país; as demais são a CoronaVac, vacina de Oxford e Pfizer.
A agência informou, por meio de comunicado, que a decisão garante segurança aos voluntários brasileiros. Os testes estavam suspensos desde o dia 12 de outubro depois que um voluntário nos Estados Unidos apresentou reação adversa grave.
“Pelas regras de pesquisa clínica, eventos adversos estão previstos e sua identificação serve justamente para conhecer e definir o perfil de segurança de cada medicamento, mas os eventos graves exigem a paralisação de todo o estudo e a investigação do caso antes da retomada”, afirmou.
A Johnson havia iniciado os testes da terceira e última fase da sua candidada à vacina contra a covid-19 no fim de setembro. Foram selecionados 60 mil voluntários, divididos em oito países, incluindo o Brasil.
Os testes vão ser realizados em 28 centros de pesquisas em São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Os primeiros resultados do estudo se mostraram promissores, indicando efiácia para combater e impedir a infecção provocada pelo novo coronavírus em humanos. As informações foram divulgadas na plataforma científica medRxiv.
Em setembro, os testes de outra possível vacina contra a covid-19, a de Oxford, também havia sido suspenso depois que uma voluntária no Reino Unido desenvolveu mielite transversa, manifestação neurológica que afeta os nervos periféricos da coluna. Os testes foram retomados após os médicos atestarem que a doença não tinha relação com a pesquisa.
A vacina da Johnson é composta de um vetor recombinante, não replicante, de adenovírus, que é capaz de codificar a proteína Spike do Sars-CoV-2. Diferentemente dos demais imunizantes contra a doença, é necessária apenas uma dose.
A tecnologia desta vacina também foi utilizada para desenvolver e fabricar a recém-aprovada vacina da Johnson contra o ebola e elaborar candidatas à vacina contra o zika, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o HIV. “A plataforma dessa tecnologia foi usada para vacinar mais de 100 mil pessoas até o momento nos programas de vacinas experimentais da Janssen”, afirmou a empresa em comunicado.
R7