O prefeito Bruno Reis afirmou na manhã desta segunda-feira (15), em entrevista ao Jornal da Manhã, que o sistema de saúde de Salvador está atualmente com demanda quatro vezes maior do que no auge da primeira onda, ocorrido no segundo semestre do ano passado.
O chefe do Executivo comentou que foi informado no início do expediente desta segunda que 137 pacientes com Covid-19 aguardam regulação na capital baiana. Destes, 80 necessitam de atendimento em UTI.
Bruno Reis afirmou ainda que outras 103 pessoas foram reguladas nas últimas 24 horas em Salvador. Com isso, 240 pacientes foram atendidos no sistema de Saúde de Salvador, neste período.
“É o maior número desde a chegada da pandemia em nossa cidade. Há um ano, somente no auge da primeira onda, esses dois números somados, no pior momento, chegamos a 65 pessoas. Nós estamos em 240. São quatro vezes mais. Então veja o quanto aumentou a pressão no nosso sistema de saúde, seja na rede privada ou na rede pública”, disse o prefeito.
Ele também comentou que, mesmo com o esforço sendo feito para aumentar o número de leitos, uma demanda muito grande de pacientes tem feito o sistema chegar quase ao limite.
“Temos 70 ambulâncias rodando. Quatro unidades básicas que transformamos em unidades exclusivas para Covid. Seis gripários, duas tendas, 10 UPAs, cinco hospitais de campanha e um Hospital Municipal. São 28 estruturas da prefeitura montadas só no enfrentamento à Covid, e não está dando vazão à demanda nunca vista antes no sistema de saúde como agora”, afirmou.
Reflexo das medidas de restrição
Bruno Reis comentou também que os resultados das medidas de restrição, que começaram a ser adotadas em 26 de fevereiro, poderão ser percebidos nos próximos dias. Ele avalia que as ações foram adotadas de maneira correta, e a expectativa é de que os números apresentem queda, tanto de casos ativos, como de ocupação nas unidades de saúde.
“Os técnicos e especialistas dizem que, com 15 dias dessas medidas mais restritivas, elas começam a fazer efeito. Estamos hoje chegando a 15 dias das medidas de isolamento social. Espero que no decorrer dessa semana, isso possa impactar nos números”, disse.
“A gente espera que os números possam ceder no meio da semana, até porque estamos no limite de abertura de novos leitos. Na sexta-feira, a prefeitura inaugurou mais um hospital de campanha em Itapuã, com 50 leitos funcionando. Estamos colocando mais duas unidades para funcionar hoje, como unidades exclusivas para Covid, mas estamos chegando ao limite. De respiradores, de insumos para UTI, de equipe técnica”, comentou o prefeito.
Economia e transporte público
As medidas de restrição têm impactado diretamente a economia, o que tem gerado protestos de alguns comerciantes em Salvador. No entanto, o prefeito disse estar atento e espera retomar os serviços somente quando o serviço de saúde estiver funcionando sem pressão.
“A gente não tem condições de reabrir a economia sem que isso represente que as pessoas morram na porta das UPAs, por falta de atendimento. Enquanto houver esse risco de pessoas morrerem na porta das UPAs ou dentro das UPAs, porque não conseguem ser reguladas, a gente não tem condições de reabrir a economia”.
Bruno Reis afirmou também que a primeira razão para que o transporte público não retorne com 100% da frota é a falta de recursos da prefeitura. Segundo ele, a prefeitura teria que investir mais de R$ 14 milhões no serviço, o que tem sido priorizado para ações sociais e na Saúde em Salvador.
“Não há como botar mais dinheiro no transporte público, tendo que investir na saúde, tendo que investir na área social, com auxílio emergencial e cestas básicas. O que eram R$ 60 milhões já está em R$ 74 milhões, somente no enfrentamento à pandemia”, disse o prefeito.
G1