A covid-19 pode deixar sequelas permanentes, afirma o infectologista Ralcyon Teixeira, do hospital Sírio-Libanês. Dentre as sequelas estão as causadas pela própria doença, que são pulmonares ou neurológicas, e sequelas de um possível AVC (Acidente Vascular Cerebral), já que o novo coronavírus pode atacar as paredes dos vasos sanguíneos.
“Temos algumas sequelas psiquiátricas também. Pela situação da doença, muitos pacientes desenvolveram transtorno de ansiedade, mas ainda é pouco tempo para dizer se é permanente”, explica o infectologista.
Texeira afirma que a covid-19 pode deixar a pessoa permanentemente com falta de ar, se durante o período crítico da doença o paciente ficou com níveis de oxigênio muito baixos. Segundo o médico, o vírus também ataca o sistema neurológico podendo causar encefalite ou mielite.f
Além disso, caso o paciente que necessite de intubação ou sedação, pode desenvolver lesões de pele, lesões de articulação ou a tetraparesia do doente crítico, que é uma fraqueza muscular generalizada devido ao tempo sem movimentação, mas que podem ser tratadas com fisioterapia.
“Eu percebo que pra mesma atividade que eu fazia antes, eu ainda tenho falta de ar”, afirma Adriana Di Garcia, 47 anos, designer de interiores.
Adriana acredita que tenha contraído a covid-19 em 15 de março, em uma viagem para a Bahia, mas sente falta de ar até hoje após superar a doença. Foram 26 dias entre 23 de março, quando ela percebeu os sintomas que estava doente, até o dia em que os exames confirmaram que ela tinha apenas anticorpos, ou seja, estava curada.
“Era tanto o medo, de ainda não ter os anticorpos, de estar passando para as pessoas, de ser um risco, que eu fiz 5 exames. O primeiro deu negativo, mas eu já tinha certeza, meu marido estava com covid-19 e eu já tinha todos os sintomas. Ai fiz outro, que deu positivo, e fui fazendo outros até ter certeza que não estava mais transmitindo.”
A designer também sente dores abdominais às vezes. “É uma dor diferente de tudo, diferente de cólica menstrual, diferente de cólica intestinal, sinto pouco, mas sinto.”
O médico acrescenta que “diferente das sequelas permanentes, existe também a fase de recuperação. Que é quando o paciente já está curado, não existe mais risco de transmissão, mas ele ainda apresenta alguns sintomas. Observamos isso na Dengue e na Chikungunya também”.
Ainda não se sabe quanto tempo esse período pode durar para a covid-19, em outras doenças se observa um tempo de recuperação de até 6 meses. “Por observação clínica, percebo que a maioria dos casos está com um período de duração de 15 dias a um mês”, afirma Teixeira.
O sintoma mais comum nesse período é o cansaço físico. “O olfato e paladar estão voltando mais rápido, em 3 semanas mais ou menos. O que fica por mais tempo é a fadiga, a pessoa não consegue realizar as atividades do dia a dia.”
R7