O Bradesco viu seu lucro do quarto trimestre subir apoiado no crédito, que voltou a crescer sequencialmente após pelo menos um ano de retração, mas o movimento foi contido por novo aumento das provisões para perdas com calotes.
O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro recorrente somou 4,862 bilhões de reais no período, alta de 10,9 por cento sobre um ano antes e de 1,1 por cento na comparação com terceiro trimestre. O lucro contábil deu um salto de 31,5 sobre o trimestre anterior, quando o resultado tinha sido afetado por custos com programa de demissão voluntária.
O resultado recorrente teve a contribuição de maiores receitas com crédito, cujo estoque cresceu 1,2 por cento sobre setembro, somando 492,9 bilhões de reais, embora ainda tenha caído 4,3 por cento no acumulado de 2017. O Bradesco previu alta de 3 a 7 por cento para esta linha neste ano.
O aumento do crédito e melhores resultados com tesouraria fizeram a margem financeira subir 2,9 por cento sobre o trimestre anterior, para 15 bilhões de reais.
A qualidade da carteira seguiu a trajetória de lenta recuperação, com o índice de inadimplência acima de 90 dias em 4,7 por cento, queda de 0,1 ponto percentual em três meses e de 0,8 ponto contra um ano antes.
Porém, a despesa com provisão para devedores duvidosos deu um salto de 20,9 por cento em três meses, para 4,62 bilhões de reais, com a revisão de ratings de alguns clientes corporativos.
O Bradesco previu que suas despesas nessa linha, incluindo baixas contábeis de ativos financeiros (impairment), descontada a recuperação de crédito, ficará entre 16 bilhões e 19 bilhões de reais neste ano.
Um elemento que ajudou na última linha do resultado foram as receitas com prestação de serviços, que somaram 8,06 bilhões de reais no trimestre, crescimento de 3,1 por cento em relação ao trimestre anterior e de 6,9 por cento no comparativo anual.
Além disso, as despesas de pessoal caíram 3,8 por cento na comparação ano a ano, para 4,88 bilhões de reais, na esteira do plano de demissão voluntária, que ajudou a reduzir a folha de pagamentos em cerca de 10 mil funcionários. No todo, a despesa administrativa caiu 2,5 por cento, a 10,2 bilhões de reais.
O banco previu aumento de 4 a 8 por cento nas receitas com serviços em 2018, enquanto para a despesa operacional a previsão é de queda de 2 a alta de 2 por cento neste ano.
O Bradesco teve rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 18,1 por cento no quarto trimestre, estável na medição sequencial e alta de 0,5 ponto sobre um ano antes.
R7