Após visita da Ronda Escolar a uma creche no município, policiais da 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Rio Real) “adotaram” o menino de nove anos.
Essa poderia ser apenas mais uma história sobre as atividades realizadas pela 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Rio Real), mas a relação de amor e cuidado entre os policiais da unidade e Márcio Vitor Santos Guimarães, 9 anos, mais conhecido como ‘Marcinho’, excede qualquer limite sobre o papel da polícia na sociedade.
Deficiente físico, de família carente e criado pela avó, Marcinho conheceu os soldados Samuel Souza de Jesus e Alberto Balbino de Andrade durante uma visita da Ronda Escolar à Creche Amélia Rodrigues, onde estudava. “Ele nos chamou atenção pela facilidade com que executava as tarefas escolares e o espírito de liderança na turma, mesmo com as dificuldades provenientes da deficiência”, lembra o soldado Samuel. O garoto possui má formações dos dois braços.
Ele conta que foi no “Soldado Noel” – festinha de Natal promovida pela unidade – que a aproximação ficou ainda mais forte. Na ocasião, Marcinho tinha quatro anos e logo pediu uma farda da PM de presente. Rapidamente o garoto se apegou aos policiais. “Começamos a ensinar os comandos policiais, além de levar ele para todas as atividades sociais da corporação. Vimos nessa relação paternal a oportunidade de estimular suas habilidades, inteligência e, por intermédio de nosso antigo comandante, conseguimos uma bolsa escolar totalmente gratuita em uma escola particular de Rio Real”, explicou o soldado.
O garoto ganhou livros, caderno e todo o material didático necessário para iniciar uma nova jornada escolar, doados pelos policiais. “Semanalmente vamos na escola saber do comportamento, notas, e estamos bem contentes. Ele vai passou direto com notas ótimas. Marcinho com certeza se tornou nosso filho, filho da 6ª CIPM”, continuou.
O soldado Alberto Balbino de Andrade, que também acompanhou a história do garoto quando servia à CIPM de Rio Real, divide os cuidados com o colega. “Não bastava apenas matricular em uma escola de qualidade, precisávamos cuidar da alimentação e da saúde, então também passamos a custear toda a alimentação escolar dele”, afirmou. Atualmente lotado na 36ª CIPM/Dias D’avila, após uma transferência, ele mantém os cuidados e o amor ao menino.
Ainda segundo ele, o garoto já se tornou integrante da unidade. “Sinto muita saudade da convivência com ele, há um sentimento de pai para filho. Toda vez que me sinto triste em Dias Dávila, lembro da felicidade dele e tudo melhora”, disse, lembrando com carinho do último 7 de Setembro, quando desfilaram juntos.
A avó do garoto, Selvina Nascimento Viana, 54 anos, cuida dele desde que nasceu e diz que os policiais foram uma ‘benção’ na vida deles. “Tudo melhorou a partir dessa amizade. Hoje se Marcinho sente qualquer coisa eles levam ao pediatra, Dr Alex Kid, que nos atende gratuitamente por intermédio da CIPM. Os policiais cuidam da alimentação, levam pra passear nas férias, tudo por conta deles”, afirmou.
Ainda segundo ela, a melhor parte dessa relação é o desenvolvimento do garoto. “Ele está mais estudioso, as notas todas boas, além de se comunicar melhor. Os policiais têm todo o cuidado na disciplina dele”, concluiu.