Cerca de 40 profissionais da área de saúde, educação e equitação participaram do curso básico de equoterapia, realizado pela Associação Bahiana de Equoterapia (Abae) em parceria com a Prefeitura. As aulas da segunda turma da iniciativa foram encerradas nesta sexta-feira (20), no Centro de Formação da antiga EBDA, próximo ao Parque de Exposições, em Itapuã.
A instituição é uma das beneficiadas pelos recursos provenientes de imposto de renda direcionados ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), vinculado à Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ). As aulas, que uniram conteúdos teóricos e práticos, tiveram início no dia 16 de maio e a carga horária foi de 42 horas. O público foi composto por membros de quatro estados e 20 municípios diferentes.
A fundadora presidente da Abae, Maria Cristina Guimarães Brito, explicou que o curso teve o propósito de qualificar e capacitar profissionais das áreas de saúde, educação e equitação, para que possam ofertar a equoterapia voltada à pessoa com deficiência em todo o país. “É preciso ter um olhar de interdisciplinaridade para contribuir com a pessoa com deficiência”, pontuou.
O ortopedista Emerson Higa, que atua em Juazeiro, ao norte do estado, contou que a capacitação será fundamental para que ele possa ajudar na implementação da equoterapia em sua cidade. “Esse curso me traz uma nova visão sobre a terapia com cavalos e eu vinha buscando justamente conteúdo especializado para aplicar esse método na minha cidade. Estamos implantando este sistema e está realmente me surpreendendo, principalmente com o embasamento científico. É um método que pode trazer muitos benefícios tanto na reabilitação física quanto psicológica”, reforçou.
A psicóloga Érica Ferreira, que atua com equoterapia na Abae em Salvador, contou que proporcionar esta vivência para pessoas com deficiência é um recurso interessante para auxiliar no desenvolvimento do público. “A equoterapia tem mais de 30 anos e ainda assim poucas pessoas a conhecem. Esse curso veio para dar dados científicos aos profissionais. Na psicologia a gente trabalha o indivíduo, fatores sociais, emocionais e educativos a partir do processo de cada indivíduo e de um estudo do que ele precisa. Já a equoterapia é mais abrangente e dá um espaço maior para trabalhar com a família. Propicia que eu tenha um contato direto com os pais para conversar sobre quais são as dificuldades da criança, por exemplo”, explicou.
Outras ações – Por meio do Termo de Colaboração, com vigência de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2023, a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) assiste 131 crianças, adolescentes e famílias com um programa de equoterapia, fortalecendo os vínculos com os Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
O presidente da Abae, Feliciano Lourenzo Filho, explicou que a parceria com o município tem sido muito produtiva para o público em situação de vulnerabilidade na capital. “É um convênio bastante importante e que ajuda para que este trabalho prossiga atendendo crianças e adolescentes que não têm condições financeiras. Queremos perpetuar esse convênio para beneficiar ainda mais estas crianças. A equoterapia é uma terapia onerosa, e esse benefício é importantíssimo”, reforçou.
Fotos: Otávio Santos/Secom