ele escurecida, tamanho dos grandes e dos pequenos lábios, do clitóris e do monte de vênus. São muitos os motivos que levam mulheres aos consultórios de cirurgiões plásticos e dermatologistas para melhorar a aparência da vulva, região que compreende toda a genitália feminina, incluindo a vagina (embora a grande maioria da população se refira a todo esse conjunto como a vagina, vale reforçar que ela é o canal interno do órgão sexual feminino e parte do aparelho reprodutor).
Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês), o Brasil é recordista mundial em cirurgias íntimas femininas -só em 2015, a labioplastia foi feita por 12.870 mulheres no país.
O cirurgião plástico André Colaneri, especialista pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), conta que a maioria das pacientes que busca por esses procedimentos o fazem por se sentirem constrangidas de alguma forma, seja na hora de colocar alguma roupa específica [biquíni ou calça apertada] ou no momento da relação sexual.
“A paciente opera por ela mesmo, e não para agradar o marido ou namorado. Na verdade, os homens não ligam muito para essas coisas, mas as mulheres querem se sentir melhor. A cirurgia é íntima não só pelo lugar em que ela é feita, mas também por parte da paciente, que, muitas vezes, não conta para ninguém que fará o procedimento”, afirma Colaneri.
O UOL conversou com cirurgiões plásticos e dermatologistas para conhecer quais são os tratamentos que podem ser realizados por quem quer deixar a área íntima mais bonita:
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Cremes clareadores
Como a depilação com cera faz com que a região da vulva fique mais escura, muitas mulheres se incomodam e buscam auxílio de cremes clareadores. “Esse tipo de produto só pode ser usado na virilha e na parte superior do púbis, locais em que a pele é mais grossa. A mucosa da vulva é muito sensível e, como muitos desses cremes têm ácido em sua composição, podem machucar a região”, explica Gustavo Guimarães, cirurgião plástico membro da SBC (Sociedade Brasileira de Cirurgia).
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Laser
O laser estimula a produção de colágeno, ajudando a clarear a pele. “Na área externa, utilizamos o laser fracionado. Ele provoca pequenos ‘furinhos’ na pele, estimulando a produção de colágeno e, com isso, melhora o aspecto da pele deixando-a mais clara”, explica Daniella Curi, ginecologista especialista em rejuvenescimento vaginal. Segundo ela, a dor no procedimento é de leve à moderada e vai depender muito da sensibilidade de cada pessoa. “Conseguimos amenizar essas dores com uso de anestésico tópico antes da sessão de laser”, diz ela.
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Peeling
Assim como o peeling facial e corporal, o procedimento feito na região genital, segundo Denise Steiner, coordenadora científica da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), tem o objetivo de renovar as células do local e contribuir com seu clareamento. “Na hora, o procedimento pode arder um pouquinho. Depois, há uma leve descamação na região.”
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Microdermoabrasão
Outro tratamento disponível para clarear a região da vulva e da virilha é a microdermoabrasão. “O aparelho joga um jato de partículas para estimular a produção de colágeno. O tratamento não é dolorido: a paciente sente micropedrinhas encostando no local, esquentando um pouco”, explica Denise.
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Radiofrequência
Os aparelhos de radiofrequência liberam uma energia diferente da do laser para deixar a região íntima mais clara. “As ponteiras do aparelho encostam na pele e massageiam toda a área com movimentos circulares, dos grandes aos pequenos lábios. O objetivo é melhorar a rigidez da pele, que, muitas vezes, fica flácida com o passar da idade. O tratamento libera calor e estimula a produção do colágeno na região”, afirma Denise. Segundo Denise Steiner, para que seja eficiente, a radiofrequência precisa ser feita com uma temperatura elevada: durante o tratamento, é possível que a mulher tenha uma sensação rápida de queimação na pele.
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Preenchimento com ácido hialurônico ou gordura
Segundo Milton Rocha, membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), esse tipo de procedimento tem sido feito com frequência por conta da atrofia vulvar que acontece com as mulheres quando elas passam dos 35 anos. “Durante o processo de envelhecimento, há uma queda nos níveis hormonais e a vulva vai perdendo o volume e elasticidade”, explica. Para aumentar o volume, tanto dos grandes quanto dos pequenos lábios, o preenchimento pode ser feito de duas maneiras: com ácido hialurônico ou com gordura. Enquanto o primeiro age de forma temporária para melhorar o aspecto estético da região, o segundo é definitivo e feito com a própria gordura do corpo, diminuindo riscos de rejeição. “A desvantagem da gordura é que é preciso retirar material de algum outro local [abdome, costas, bumbum, etc.] para a aplicação e sua absorção é variável. Já o ácido tem menor tempo de duração [de seis a oito meses] e todo o volume de aplicação que é colocado no local é absorvido”, explica Guimarães. “Geralmente a dor é suportável, pois utiliza-se um anestésico local”, diz. Os dois procedimentos são ambulatoriais e a paciente vai para casa no mesmo dia.
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Labioplastia ou ninfoplastia
Conhecida como correção da hipertrofia dos pequenos lábios, a labioplastia, segundo Rocha, é o tipo de cirurgia íntima mais realizada no Brasil. “Esse aumento dos pequenos lábios faz com que as pregas de pele, que deveriam ficar na parte interna da vulva, fiquem expostas. Isso dá o aspecto de pele sobrando e flacidez, o que constrange muitas mulheres, principalmente na hora do sexo ou quanto colocam uma calça mais justa”, explica Colaneri. O procedimento cirúrgico é simples e feito com anestesia local e sedação. “Ele leva cerca de 40 minutos e a paciente é liberada no mesmo dia. A maioria opera na sexta e já volta a trabalhar na segunda-feira. O que deve ser evitado são banhos muitos quentes. A relação sexual é liberada apenas depois de um mês”, diz Colaneri.
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Lipoaspiração do monte de vênus
Consiste na redução da região que fica acima do púbis, onde ficam os pelos. “Essa é aquela gordurinha que se acumula e acaba marcado na calça, constrangendo muitas mulheres. Na maioria dos casos, é retirada com uma lipoaspiração”, explica Colaneri. O procedimento também é de baixo risco e, para ser realizado, a paciente é sedada e recebe anestesia local.
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Clitoroplastia
Essa cirurgia é muito procurada pelas mulheres que têm uma hipertrofia do clitóris. “Isso é frequente entre as que tomam hormônios masculinos para fins estéticos. O resultado é que, muitas vezes, o clitóris aumenta de tamanho. Essa cirurgia é feita para diminuir o órgão, e, de todas as íntimas, é a mais complexa, pois há risco de perda de sensibilidade”, explica Rocha.
uol